Dia Mundial do Trabalho

29 de abril de 2011

    Catadores de Material Reciclável

Aproveitamos essa data para falar um pouco sobre a situação atual dos catadores de lixo e mostrar a importância do trabalho que eles realizam.

Acervo do “Projeto Cidades Inclusivas”

A população brasileira gera, diariamente, cerca de 230 mil toneladas* de lixo. Sem os catadores, toda essa quantidade de lixo acabaria integralmente em aterros sanitários e lixões. Eles aprenderam a enxergar valor onde ninguém enxergava e acharam no lixo um meio de sobrevivência.

* Dados do IBGE

 História

A questão do lixo e do desenvolvimento sustentável passou a ser mais amplamente discutida no Brasil a partir da década de 90, quando as questões ecológicas passaram a ter um valor maior dentro da sociedade.
Com o surgimento da reciclagem, os catadores encontraram no lixo uma fonte de renda para atender às suas necessidades econômicas. Enquanto o lixo precisava ser recolhido e reciclado, os catadores precisavam de trabalho.Não existem números fechados, mas calcula-se que existam de 300 mil a 1 milhão* de catadores em atividade no país. No entanto, a profissão não é tão valorizada quanto o papel social e ambiental que os catadores exercem. Muito pelo contrário, a maioria deles anda, em média, 30 km por dia, puxando até 400 kg (o peso da carroça cheia), recolhendo o lixo urbano.
Tudo isso para ganhar de um a dois salários mínimos por mês e, com sorte, encontrar algum objeto que possa ser útil ou gerar uma renda extra.

* Dados pelo MNCR

Para saber mais sobre a história e o surgimento dos catadores, visite o site do MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.

Cooperativas

Até alcançar o reconhecimento da população e do poder público, os catadores tiveram um longo caminho a percorrer. Foi preciso vencer o preconceito das pessoas, enfrentar o medo nas ruas e conviver com os perigos do trânsito, entre outras dificuldades.

A situação dos catadores pode ser divida em dois momentos distintos: antes e depois da criação das cooperativas. Antes, a ação dessas pessoas era marginalizada e gerava conflitos entre o poder público e a população, o que resultou na expulsão desses trabalhadores do centro das cidades em direção à periferia.
Com isso, a busca pela defesa dos direitos da população de rua e o incentivo à recuperação da dignidade, começaram a surgir por meio da organização. Os catadores passaram a se organizar em associações e cooperativas para reivindicar reconhecimento do poder público e da sociedade pelo trabalho realizado.

Além disso, a colaboração entre associações e cooperativas resulta na formação de redes de comercialização, que têm o propósito de melhorar a posição dos catadores em relação à industria compradora de recicláveis.

Para saber mais sobre as cooperativas de catadores e como elas funcionam, clique aqui.

De Belo Horizonte para o Mundo:

Em 1993, com base na experiência da Cooperativa Coopamare (SP), foi criada a Asmare – Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Reciclável, em Belo Horizonte (MG). Assim, foi iniciada uma série de movimentos reinvidicatórios dos catadores para assegurarem seu reconhecimento como trabalhadores pelo poder público.

A partir da parceria estabelecida entre a Associação e a Superintendência de Limpeza Urbana SLU, houve uma grande mudança nas relações entre o poder público e os catadores.

Os catadores passaram a ser vistos como trabalhadores e, cada vez mais, crescem o número de associados às cooperativas e a quantidade de material reciclado.

Hoje, a Asmare é composta por cerca de 240 associados. Suas atividades principais são a coleta seletiva, a separação e comercialização de materiais recicláveis.

Para saber mais sobre a Asmare, clique aqui.
Você terá acesso ao capítulo “Asmare: uma inovação socioambiental“,
do livro “Novos Paradigmas de Produção e Consumo”.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei 12.305, promulgada no dia 2 de agosto de 2010, após amplo debate com governo, universidades, setor produtivo e entidades civis, promoverá mudanças no cenário dos resíduos.

A nova lei lança uma visão moderna na luta contra um dos maiores problemas do planeta: o lixo urbano. Tendo como princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, a nova legislação impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. Entre as novidades, a lei consagra o viés social da reciclagem, com participação formal dos catadores organizados em cooperativas.

 O que mudará com a lei?

Saiba mais clicando aqui.

Para mais informações, vídeos e entrevistas, confira o nosso INdica!