14 de fevereiro de 2013
Hoje vamos falar de um assunto muito importante: o lixo que muitos de nós deixamos nas ruas e avenidas por onde passamos e, principalmente, em eventos como o Carnaval!
Depois de um Carnaval colorido e animado pelas ruas dos bairros de Belo Horizonte, infelizmente o que fica é um forte odor de urina e muita sujeira
No Bairro Santa Teresa, em Belo Horizonte, o carnaval foi animado e recebeu em torno de 20 mil pessoas, mas houveram muitas reclamações a respeito da infra estrutura. Dentre as reclamações está a quantidade de lixo deixado nas ruas. Segundo Sidnei Cirilo Leandro, de 35, encarregado de limpeza de uma empreiteira da PBH, 25 garis trabalhavam no local. “Devemos recolher pelo menos quatro caminhões com quatro toneladas de lixo cada um, além de lavar a praça. Foram espalhadas lixeiras de grande porte na área, mas os vendedores ambulantes e o público as colocaram de cabeça para baixo para servir de mesa”, afirmou.
O carnaval mobiliza grande parte da população brasileira para garantir que o maior carnaval do mundo seja uma festa bonita e animada. Em muitas cidades, os barracões começam a trabalhar quase um ano antes para que as escolas brilhem nas avenidas. Infelizmente, não ocorre o mesmo no que se refere à mobilização da população para que o lixo produzido tenha a destinação correta antes, durante e depois do Carnaval.
Na histórica Diamantina (MG), onde acontece um dos mais animados carnavais de Minas Gerais, moradores reclamam do lixo e das poças de urina espalhadas por toda a cidade. É cada vez maior o número de moradores que deixam a cidade no período do carnaval.
No Rio de Janeiro a produção de lixo teve um aumento de 20% no período do Carnaval, chegando a 700 toneladas em 2013. Infelizmente as pessoas ainda não conseguem perceber que cada um é responsável por cuidar do seu lixo e que a cooperação de todos resulta numa cidade mais limpa e saudável.
O carnaval é um evento do povo, mas é, também, um grande negócio para os patrocinadores de bebidas, para a promoção de artistas, e é de grande interesse para o poder público pelo aumento do fluxo turístico nos municípios que investem na sua realização.
– Por que os patrocinadores, os artistas e o poder público não se mobilizam para conscientizar as pessoas sobre a destinação correta do lixo?
– Por que não é realizada na mídia e nos locais de concentração das folias uma grande campanha sobre a questão do lixo?
– Por que as prefeituras não investem em estruturas mais inteligentes para a coleta do lixo durante o Carnaval?
Enquanto as pessoas se divertem, infelizmente muitas delas parecem não se lembrar da responsabilidade que cabe a cada um de nós com relação às questões sociais. Dentre essas questões está o lixo, que, além de retratar a falta de educação geral, entope os bueiros e enche o fundo dos rios, causando durante as chuvas grandes inundações e tragédias que poderiam ser evitadas.
É lamentável a cena que se repete todos os anos nos litorais brasileiros: o mar muitas vezes é usado como lixeira pelos foliões. As praias mais parecem um “bota fora” que se mistura com os banhistas, as barracas e os agentes de limpeza!
Materiais reciclados foram utilizados na confecção de alegorias, fantasias e nas decorações do carnaval 2013. Além de diminuir o gasto com materiais novos, são retirados do meio ambiente, toneladas de materiais que iriam para os aterros ou ficariam espalhados pelas cidades nas ruas, rios, mares, bota fora…
O bloco ‘Vagalume, O Verde’, do Rio de Janeiro, pede passagem com fantasias e alegorias elaboradas com material reciclável, coleta seletiva de lixo durante o desfile e até o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica após a festa.
O bloco provou como é possível curtir o carnaval assumindo ações sustentáveis e pensando as questões socioambientais. Houve espaço adequado para foliões idosos, crianças e para pessoas com necessidades especiais. Além disso, a estrutura teve também banheiros adaptados para esse público.
Uma outra parceria, com a empresa Bituca Verde, promoveu uma ação distribuindo ‘porta-bitucas’ para o folião fumante descartar as ‘guimbas’ de cigarros. Desta forma, será dada destinação adequada ao resíduo, transformando-o num produto reciclável.
A população aprovou o carnaval de Recife, que estava maravilhoso, com muito frevo e alegria. Aprovou também a ação da prefeitura que recolheu o lixo e lavou toda a cidade, no início do dia, durante todo o período do carnaval.
Para homenagear os trabalhadores que, durante todo o período carnavalesco, dedicaram-se às ações de limpeza e manutenção da cidade, a Prefeitura do Recife e a Ambev promovem, na Quarta-feira de Cinzas, às 9h, no Marco zero, a saída do Bloco Arrastão da Limpeza.Com a presença de 250 garis, o Bloco será acompanhado por uma banda de frevo e vai percorrer algumas ruas do Recife Antigo. Logo no início, a Ambev fará a entrega de kits, contendo camisas, bonés e luvas, além da distribuição, gratuita, de refrigerantes e energéticos a todos os trabalhadores.
Quando o poder público e as organizações de grandes eventos como o carnaval decidem utilizar o material reciclado como parte da festa, estão também educando a população. Mostrando como é possível produzir coisas maravilhosas a partir dos materiais reciclados, bem como gerar renda para aqueles que vivem desse trabalho, como os catadores de papéis e artistas do lixo.
Mais de 45 mil garrafas Pet foram recicladas e se tornaram o principal material para confecção dos artefatos que estarão enfeitando as avenidas durante o Folia de Rua.A ladeira da Borborema no Centro Histórico da Capital foi a primeira localidade a receber os enfeites produzidos pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur). Mais de 200 pessoas estão envolvidas na montagem dos artefatos. Além de artistas e artesãos, também estão participando agentes de limpeza e servidores administrativos.
Os carnavalescos da Pega no Samba apostaram em materiais reciclados, carros com movimentos e muito brilho para o Carnaval de Vitória 2013.
Na fantasia da segunda porta-bandeira da agremiação, 180 casinhas foram feitas com caixas de leite vazias. O material simula a comunidade do bairro de Gurigica. “A ideia é levar a favela pelo lado bonito, pelo colorido das casas, pelo brilho e pela beleza em você poder morar no alto e ver o horizonte”, disse o carnavalesco Alex Santiago.