Doe órgãos, doe vida!

2 de abril de 2013


Doar órgãos é um ato de amor e de solidariedade. Para que seja possível salvar milhares de vidas é preciso o consentimento de uma população consciente da possibilidade, da necessidade e responsabilidade de, depois da morte, destinar os seus órgãos para salvar vidas.

O que é possível transplantar?

Os transplantes de coração, fígado, pulmão e medula óssea salvam vidas, pois são a única alternativa que o paciente tem para sobreviver. As doenças que atingem as córneas, o rim, pâncreas, embora o paciente consiga sobreviver, o transplante oferece a possibilidade de uma melhor qualidade de vida. O transplante é a tão esperada resposta para milhares de pessoas com insuficiências orgânicas terminais ou cronicamente incapacitantes.

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Quem pode doar?

A doação pressupõe critérios mínimos de seleção: a idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e o tipo sanguíneo são itens considerados sobre o provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão. A doação de órgãos como rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida. Em geral, nos tornamos doadores em situação de morte encefálica e quando a nossa família autoriza a retirada dos órgãos.

O que é morte encefálica?

Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo (cérebro e tronco cerebral), provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. É a morte propriamente dita. No diagnóstico de morte encefálica, primeiro são feitos testes neurológicos clínicos, os quais são repetidos após seis horas. Depois dessas avaliações, é realizado um exame complementar (um eletroencefalograma ou uma arteriografia). Após a morte encefálica, o coração bate às custas de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.

Como proceder para doar?

Após a constatação da morte encefálica do doador, um familiar pode manifestar o desejo de doar os órgãos. A decisão pode ser dada aos médicos, ao hospital ou à Central de Transplante mais próxima. Desde que haja receptores compatíveis, a retirada dos órgãos é realizada por várias equipes de cirurgiões, cada qual especializada em um determinado órgão. O corpo é liberado após, no máximo, 48 horas.

Quem recebe os órgãos doados?

Milhares de pessoas, inclusive crianças, todos os anos contraem doenças cujo único tratamento é um transplante. A espera por um doador, que muitas vezes não aparece, é dramática e adoece também um círculo grande de pessoas da família e de amigos.
Para receber os órgãos, testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores. Após os exames, a triagem é feita com base em critérios como tempo de espera e urgência do procedimento.
Podem ser aproveitados para transplantes: dois rins, dois pulmões, coração, fígado e pâncreas, duas córneas, três válvulas cardíacas, ossos do ouvido interno, cartilagem costal, crista ilíaca, cabeça do fêmur, tendão da patela, ossos longos, fascia lata, veia safena, pele. Mais recentemente foram realizados transplantes de uma mão completa.

Um único doador tem a chance de salvar ou melhorar a
qualidade de vida, de pelo menos, 25 pessoas!

 

 

O que é possível doar em vida?

Também existe a doação de órgãos ainda em vida. O médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.

Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea. Esse tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para a pessoa que doa.

Órgãos e tecidos que podem ser doados em vida

Rim, pâncreas, medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue), fígado (apenas parte dele, em torno de 70%) e pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais).

Transplante de medula óssea

Transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

O transplante de medula óssea é necessário em doenças do sangue como a anemia aplástica grave, mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a leucemia mielóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia linfóide aguda. Nos casos de mieloma múltiplo e linfomas, o transplante também pode ser indicado.

Como é o transplante para o doador?

Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Essa retirada não causa qualquer comprometimento à saúde do doador.

Leia mais sobre a doação de medula

Como é o transplante para o paciente?

Depois de se submeter a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, na qual se desenvolvem. Durante o período em que essas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, ele deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento. Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são muito comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns casos o comparecimento diário ao hospital-dia.

Como fazer para me cadastrar como candidato a doador(a) de
medula óssea?

Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.
Siga aqui o passo a passo para se tornar um doador!