14 de novembro de 2013
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2000, coleta-se no Brasil diariamente 125,281 mil toneladas de resíduos domiciliares, e 52,8% dos municípios Brasileiros dispõem seus resíduos em lixões.
Hoje estima-se que 1 em cada 1000 brasileiros é catador. E 3 em cada 10 catadores gostariam de continuar na cadeia produtiva da reciclagem, mesmo que tivessem uma alternativa.
O Catador tira do lixo o seu sustento. Seja coletando materiais recicláveis pelas ruas e lixões, na coleta seletiva, ou através de parcerias.
A prática da reutilização é antiga no País e em Belo Horizonte (MG). Anterior à popularização da reciclagem, só passou a fazer parte das ações de recuperação ambiental do planeta na década de 90. Os catadores de papel, que já nos anos 50 eram vistos pela capital mineira, recolhendo ‘lixo de valor’, são, portanto, os precursores da coleta seletiva na cidade.
Os catadores, até o fim da década de 80, trabalhavam exclusivamente para os donos dos depósitos que, ainda hoje, são intermediários de grande parte da venda do material reciclável às indústrias. É a partir de 1993 que o poder público dá um salto qualitativo, ao reconhecer, publicamente, a importância do trabalho do catador, tanto como agente ambiental, como, também, pela economia que esses trabalhadores geram para a prefeitura, que deixa de coletar, transportar e dar destinação final ao material coletado por esse setor informal.
Nessa ocasião, com relação à parceria com a ASMARE, a prefeitura apoiava o seu funcionamento, não só pela doação dos recicláveis, mas, principalmente, pelo repasse de recursos para pagamento de despesas administrativas, fretes, vales-transporte e fornecimento de uniformes aos catadores.
O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) é um movimento social que há cerca de 12 anos vem organizando os catadores e catadoras de materiais recicláveis pelo Brasil afora. Busca a valorização da categoria de catador, que é um trabalhador como outro qualquer e tem sua importância.
O principal objetivo é garantir o protagonismo popular da classe, que é oprimida pelas estruturas do sistema social. O MNCR acredita na prática da ação direta popular, que é a participação efetiva do trabalhador em tudo que envolve sua vida, algo que rompe com a indiferença do povo e abre caminho para a transformação da sociedade.
Na maioria das vezes os catadores e catadoras passam despercebidos nos lixões, nos galpões e nas ruas. Catam, transportam e vendem o lixo. Catam como? Como transportam? E como comercializam? Qual a diferença da situação atual e a de 20 anos atrás?
Hoje os catadores possuem uma organização, um movimento nacional, lideranças que dialogam diretamente com o Governo, mas continuam em sua grande maioria como antes, sem as condições mínimas adequadas para o trabalho que executam. No Brasil, os catadores, muitos deles filhos de catadores, no sol, na chuva e em ruas movimentadas transportam seus carrinhos de mão, ou puxam sacos repletos de materiais recicláveis, usando sua força física com a tração humana. Com esse trabalho precário, contribuíram para transformar o Brasil no campeão mundial em reciclagem de alumínio.
É preciso acreditar na cidadania do catador, do cidadão, e na gestão pública de qualidade. Devem ser oferecidas aos catadores opções dignas de trabalho e renda compatível com a nobre, antiga e moderna tarefa que executam e que tantos benefícios traz para o País.
Não deixe de visitar:
Exposição temporária: Seu Lixandre – Narrativas de Catação
Onde: no segundo andar do Espaço do Conhecimento UFMG, localizado na Praça da Liberdade, s/n
Quando: De terça a domingo – 10h às 17h / Às quintas-feiras – 10h às 21h
Entrada gratuita
www.espacodoconhecimento.org.br
Para ler e se informar
Essa postagem foi baseada nos artigos e informações abaixo: