O ir e vir na Copa

3 de julho de 2014

As expectativas

No início do mês de junho, quando ainda faltavam poucos dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, a expectativa não era otimista em relação às obras de mobilidade urbana realizadas nas cidades-sede.
A situação era caótica, com números que nos deixaram apreensivos: apenas 51,7% das obras foram entregues. Dos 45 projetos inaugurados, 15 estavam incompletos por causa de atrasos e cancelamentos.
Das 74 obras de mobilidade e das 13 em aeroportos, 32 foram descartadas para a Copa e devem ficar prontas somente depois da competição. Fonte: G1

A realidade
Felizmente, as nossas expectativas quanto às obras de mobilidade foram superadas durante a ocorrência da Copa. O que se viu até agora foi um saldo positivo no deslocamento dos torcedores até os estádios, com elogios e incentivos ao uso do transporte público nas cidades-sede da Copa.


Torcedores no BRT/Move em BH.

Em Belo Horizonte (MG) o BRT/Move, opção de transporte para os torcedores que vão ao Mineirão, recebeu elogios de brasileiros e chilenos no último sábado (28/06), quando a capital mineira recebeu a partida entre as duas seleções pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

Curitiba (PR), que encerrou sua participação na Copa do Mundo na última quinta-feira (28/06), recebeu, em quatro jogos, um público total 157.011 torcedores no estádio. Para a Copa, a frota de táxis da capital paranaense foi ampliada pela primeira vez em 40 anos. No total, serão 750 novas autorizações, sendo que 640 veículos já estão habilitados. A cidade conta agora com cerca de 3 mil táxis.

Nos jogos realizados em Fortaleza (CE) até o momento, o público elogiou o sistema de transporte até a Arena Castelão. “Não temos do que reclamar. Está rápido e seguro. Os ônibus estão partindo a cada cinco minutos”, relatou o professor Eduardo Costa, que foi com os dois filhos acompanhar a partida entre Uruguai e Costa Rica. Pelo menos 85 mil pessoas utilizaram o sistema de transporte público municipal para ir ao Castelão, em Fortaleza, nas duas primeiras rodadas da Copa do Mundo.

Passado o jogo entre Costa Rica e Grécia, no domingo (29/06), a Copa do Mundo acabou para a Arena Pernambuco, em Recife, mas deixou legados. Um deles foi a valorização do transporte público, que teve o BRT como grande novidade para a população. No primeiro jogo, apenas 5% dos torcedores optaram pelo BRT, enquanto na última partida, o número saltou para 19%. O transporte público bateu recorde, sendo responsável por transportar 71% dos 41.242 torcedores presentes ao estádio.

E depois da Copa? 
Ao fim do mundial teremos a chance de avaliar se o transporte público foi eficaz conforme o esperado. Acreditamos que sim, porém sabemos o quanto o setor de transportes públicos pode ser potencializado com a parceria atual da iniciativa privada. Ainda terá que ser analisado, também, o transporte no dia a dia, da casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade, nos horários de pico e no funcionamento normal das cidades.
Ainda assim, mesmo que metade dos projetos de mobilidade para a Copa tenha ficado apenas no papel, ou atendido somente aos entornos dos estádios, não nos faltará a oportunidade de cobrar pela concretização de todos eles. Esses projetos serão bastante úteis à população, especialmente no setor de transportes públicos.

Enquanto a Copa não acaba e esses projetos não ficam prontos, sempre podemos fazer a nossa parte. A mobilidade não depende apenas de investimentos do poder público, mas também de práticas de toda a comunidade, diariamente. Gestos simples, como ceder a vez no trânsito, permitir a passagem dos pedestres e não estacionar em áreas proibidas, acabam contribuindo com todo o sistema, que envolve sinalização, estruturação de vias e demarcação de espaços.

Amanhã o Brasil disputa as quartas de final! Vamos correr atrás da da bola e deixar o caminho livre para o gol!

Viva a nossa seleção!