20 de outubro de 2014
O segundo turno das eleições 2014 acontece no próximo dia 26 de outubro. Já falamos aqui no blog sobre a importância do voto consciente. Agora, na reta final da decisão para os candidatos à presidência, retomamos esse assunto, que é de extrema importância para o futuro do Brasil.
Seja qual for o seu candidato, vote com consciência!
Pesquise, leia, reflita, converse com seus amigos e com a sua família.
Busque informação em outros meios de comunicação além da TV.
Converse com pessoas que saibam e entendam de política.
Para ajudá-lo nesse processo, o vinavina traz, na entrevista abaixo, as reflexões de dois cidadãos que entendem de política e que opinaram sobre temas atuais, tais como: voto consciente, obrigatoriedade do voto e corrupção.
Com a palavra:
Guilherme Wagner Ribeiro
Professor da Universidade Católica de Minas Gerais
Advogado, doutor em Política pela PUC Minas.
wagnerr@almg.gov.br
Ele respondeu as seguintes perguntas feitas pelo vinavina:
1. Você acredita que o brasileiro tem consciência do poder do seu voto?
O brasileiro está começando a desconfiar que tem alguma coisa muito errada com as regras que transformam o nosso voto em candidatos eleitos. Está crescendo a consciência da necessidade de uma reforma política.
2. De que forma a política deveria ser abordado na sociedade?
A política não pode ser vista como uma coisa ruim ou suja, da qual queremos distância. Mas instituições sem problemas, perfeitas, só em nossos sonhos. A igreja tem seus problemas. Toda família também tem problemas. Nesse sentido, é importante encorajar as pessoas a participarem da política. E o primeiro passo para participar da política é ser curioso, é buscar mais informações, em jornais, conversando com amigos que conhecem mais sobre o que o governo faz ou deixa de fazer. O segundo passo é participar de associações de bairro, de sindicatos, associações de defesa de interesses da sociedade, como de usuários de ônibus, de defesa do meio ambiente, etc.
3. O que você pensa sobre o voto obrigatório num regime democrático? O que ele representa?
Se não houver o voto obrigatório, quem vai deixar de votar? Pesquisas sugerem que os mais pobres serão os primeiros a deixar de votar. Também vai deixar de votar quem não vende o seu voto, porque quem vende vai querer é vender mais caro. Mais um problema: em determinadas regiões, organizações criminosas ou grandes empregadores em cidades pequenas poderão inibir os cidadãos que quiserem votar caso queiram prejudicar alguma liderança da comunidade que ameaça incomodar os poderosos.
4. Como você analisa a questão da corrupção, hoje, no Brasil? Somos um país no qual a corrupção faz parte da rotina do brasileiro. Como mudar esta cultura?
Sobre corrupção, não estamos no fundo do poço, no pior dos mundos, mas no começo de um processo em que políticos corruptos respondem judicialmente, são presos, perdem cargos. Em que o governo não pode impedir que a polícia ou o Ministério Público investigue.
5. Como você acha que a população brasileira poderia fazer valer os seus desejos, como nação, e exigir os seus direitos dos políticos que ela elege?
Uma andorinha sozinha não faz verão. Para que a população possa fazer valer os seus direitos, é muito importante que ela se organize em diferentes tipos de associações. Associações de bairro, de pais e mestres, em sindicatos. Juntos é mais fácil aprender a defender os nossos direitos, a buscar informações, a ser recebido por autoridades, a dialogar com o poder público. Mas é importante também que essas associações não defendam apenas os direitos dos associados, mas preocupe-se também com o interesse de todos.
Levi Carneiro
Diretor da Ideia Comunicação, formado e pós-graduado pela UFMG em Direito. Trabalha há mais de 20 anos na área de Comunicação, Publicidade e Branding.
levi@ideiacom.com.br
Ele escreveu o texto abaixo a partir das nossas perguntas:
Eleição é igualzinho construção
“Imagine que você vai participar de um grande mutirão para construir alguma coisa. Qual é a primeira coisa importante? É saber exatamente o que é o projeto da obra que vai ser construída, não é verdade? Não dá para entrar no mutirão no escuro. Outra pergunta fundamental é saber quem está envolvido e comprometido com a execução da obra. Temos de saber com quem nós podemos contar na hora do trabalho duro. Por fim, é indispensável saber qual será o resultado daquela obra. Quais benefícios a obra vai trazer e para quem serão esses benefícios?
Eleição também é assim: tem que conhecer o projeto, saber quem está apoiando e ver se os resultados vão beneficiar a maioria. Sem isso, fica difícil votar e participar. Por isso, faça essas perguntas, vote e ajude a construir o melhor para o Brasil.”