Dia do Cerrado

11 de setembro de 2015

O Cerrado é considerado o berço das águas brasileiras e tem uma importância estratégica para o nosso abastecimento e para a manutenção da rica biodiversidade de todo o planeta.
No Dia Nacional do Cerrado, celebrado hoje (11/9), reunimos diversos motivos para preservarmos e cuidarmos do segundo maior ecossistema brasileiro, que contém 5% de todas as espécies do planeta e 30% da biodiversidade brasileira. Infelizmente, mais de 55% do Cerrado já foi descaracterizado, o que lhe confere um novo título: o de ser um dos biomas mais ameaçados do planeta.

Para salvar o Cerrado é importante conhecer a 
riqueza e a importância do Cerrado.

Área de preservação da Vina 
A sede da Vina está localizada dentro do domínio do Cerrado e cerca de 40% do terreno da sua área é de preservação ambiental. Embora a vegetação nativa tenha sofrido interferências negativas – como podas indevidas, focos de incêndios, falha na execução da terraplanagem, entre outras -, nos últimos anos, com o trabalho de biólogos e o cuidado de toda a equipe da Vina, a nossa área de preservação vem se recuperando.

Vários aspectos sobre o Cerrado serão apresentados neste texto, mas vale ressaltar a importância da conservação das espécies nativas, sobretudo a que contempla o amor pela natureza aliada ao seu uso sustentável. No processo de conservação de um ambiente tão rico e imprescindível como o Cerrado brasileiro, a participação humana precisa ser de harmonia e sempre com o intuito de sua proteção.

Na visão e na ação da Vina, conservar a fauna e a flora em sua propriedade é uma forma consciente de promover a qualidade de vida da sua equipe, da comunidade do entorno e, também, de colaborar para proteger a sobrevivência do Cerrado naquela região.
Saiba mais aqui. 

   

O fogo ocupa um papel importante na ecologia do Cerrado. Os incêndios característicos desse bioma alastram-se, consumindo a vegetação morta e seca como combustível. No entanto, o Cerrado evoluiu sob tais condições apresentando uma série de adaptações morfofisiológicas. Dessa forma, o fogo natural (vindo de um raio, por exemplo) atua como agente desencadeador de floração e germinação, além de atuar na ciclagem de nutrientes (em que a matéria em decomposição vai se modificar mais facilmente). Já o fogo causado pelo homem pode comprometer a flora e a fauna e modificar toda a estrutura do Cerrado.

Sua característica vegetação esparsa com árvores baixas, retorcidas e de casca grossa plantou no imaginário nacional a falsa ideia de formação monótona e de pouco valor. Ao contrário, o Cerrado é fonte de culturas e paisagens de surpreendente exotismo e rara beleza, com alto potencial turístico e econômico. O bioma é palco de uma profusão de campos naturais, savanas, veredas e florestas pontuadas por rios, córregos e cachoeiras. As espécies vegetais têm grande importância por seu potencial de uso alimentar (grão e frutas), medicinal e fonte de matérias-primas para o artesanato (como o capim dourado), permitindo geração de renda de forma sustentável.

Várias espécies do Cerrado são utilizadas para fins medicinais, no tratamento de doenças e combate a sintomas. Muitas delas podem ser encontradas na área de preservação da Vina, como:

  • Barbatimão (Stryphnodendron adstringens): que apresenta, entre outras qualidades, atividade antibacteriana contra micro-organismos da cárie dental;
  • Chapéu de Couro (Echinodorus grandiflorus): apresenta propriedades diuréticas, tônicas e depurativas (no tratamento de sífilis, doenças de pele e afecção no fígado), e anti-inflamatórias contra problemas renais (cálculo e inflamação da bexiga), reumatismos, nevralgias e afecções na garganta.
  • Pequi (Caryocar brasiliense): considerado o “ouro do Cerrado”, é muito utilizado na culinária, possui propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes e, ainda, tem o dobro de vitamina C do que uma laranja e é rico em vitaminas A, E e carotenóides.


Barbatimão.


Chapéu de couro.

Essas espécies são apenas alguns exemplos da flora do Cerrado que apresentam propriedades medicinais e que são utilizados pelas populações tradicionais. Elas demonstram a riqueza desse bioma e o valor de cada espécie para a população. Muitas das propriedades medicinais das espécies mais populares foram comprovadas por estudos, mas ainda há muito o que descobrir sobre a riqueza medicinal do Cerrado.

Curiosidade da flora: 
O pequi, presente na área de preservação da Vina, é uma espécie que não está ameaçada de extinção, porém, seu abate é controlado e previsto por lei apenas em casos específicos, e uma das justificativas para isso é que suas sementes possuem ‘dormência’, o que dificulta sua germinação e a produção de novos indivíduos.

A fauna do Cerrado também é muito rica e ainda pouco conhecida, particularmente a dos invertebrados. Entre os vertebrados de maior porte encontrados em áreas de Cerrado, podemos citar: a jiboia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, a ema, a seriema, a curicaca, o urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, o tatu-peba, o tatu-galinha, o tatu-canastra, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim, o veado campeiro, o cateto, a anta, o cachorro-do-mato, o cachorro-vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e muito raramente a onça-parda e a onça-pintada.

Excetuando-se a maioria das aves, a fauna do Cerrado caracteriza-se, em geral, pelos seus hábitos noturnos e subterrâneos, como formas de escapar aos rigores do tempo reinantes durante o dia.

ÁGUA
Em tempos de falta de água em muitos estados brasileiros, uma verdadeira caixa d’água no coração do Brasil traz esperança para a geração de recursos hídricos do País. O Cerrado, considerado o berço das águas brasileiras, tem uma importância estratégica para o nosso abastecimento de água e para a manutenção de riqueza da nossa biodiversidade.

O Cerrado abriga as cabeceiras de três importantes bacias hidrográficas brasileiras: Prata, São Francisco e Tocantins-Araguaia, além de porções menores das bacias do Amazonas e do Parnaíba e, por isso, é chamado de “caixa d’água do Brasil”.

A Vina é vizinha de um importante parque de Minas Gerais, o Parque Estadual do Rola-Moça (Serra do Rola-Moça). O Parque está situado numa zona de transição de Cerrado para Mata Atlântica, rico em campos ferruginosos e de altitude. A vegetação diversificada proporciona ao Parque um colorido especial e um relevo peculiar, sendo encontradas espécies como orquídeas, bromélias, candeias, jacarandá, cedro, jequitibá, arnica e a canela-de-ema, que se tornou o símbolo do Parque.

O Parque abriga seis importantes mananciais de água – Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina – declarados pelo Governo Estadual como Áreas de Proteção Especial (APE). Eles garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte.


Parque Estadual da Serra do Rola-Moça

Conheça um pouco mais sobre o Cerrado no vídeo abaixo! 

Você já tem bons motivos para querer proteger o Cerrado.
Vamos fazer isso juntos?