Contaminação Ambiental pela Ação dos Cemitérios

28 de setembro de 2017

 

Autora: Marina Silva Seabra da Rocha

Arquiteta e urbanista: CAU A126688-8

Mestranda em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pelo MACPS – UFMG

 

Foto Divulgação: “Globo.com

 

No dia 21 de setembro, Marina, a convite da professora Maria Teresa Paulino Aguilar, da Escola de Engenharia da UFMG e com o apoio do Departamento Socioambiental da Vina, apresentou uma palestra para os alunos de Mestrado, sobre o tema “A morte e seus impactos físicos”.

O objetivo deste “aulão”, como Marina gosta de chamar, pois engloba uma série de informações de diferentes áreas do conhecimento – que vão da medicina legal até a filosofia – foi mostrar que o tipo de poluição física (contaminação do solo, da água e do ar) dos cemitérios é muito semelhante ao dos aterros sanitários.

O líquido produzido durante a decomposição dos corpos é chamado de necrochorume pelo fato de sua aparência e origem química ser a mesma do líquido gerado nos aterros (chorume). O necrochorume possui substâncias muito tóxicas e bactérias. Caso ele vaze do caixão e se houverem trincas no túmulo, este líquido pode infiltrar no solo e atingir o lençol freático. Isto pode causar doenças na população dos bairros próximos, caso estas pessoas usem águas de poços para abastecimento das suas casas. Além disto, os gases produzidos durante a decomposição são tóxicos, mal-cheirosos e prejudiciais ao meio ambiente e às pessoas.

 

     

Fotos: Filipe Lage Garcia

Entretanto existem várias formas de diminuir esta contaminação do meio ambiente. Uma delas é se construir os túmulos de forma correta, sem trincas, com materiais e técnicas que não permitam o vazamento dos líquidos ou dos gases. Existem também caixões feitos com materiais biodegradáveis, como papelão, bambu e fibras solúveis em água. Além de técnicas que transformam o corpo em um resíduo menos nocivos.

    

Foto divulgação: “7 em 1” e G1 (Winter Willow)

Alguns alunos presentes, perguntaram qual seria a técnica mais ecologicamente correta e Marina respondeu que ainda não existem estudos que mostrem que alguma técnica seja, ambientalmente, menos impactante. Ela explicou, também, que quando se fala em sustentabilidade de cemitérios, precisamos pensar não só no meio ambiente, mas nas questões culturais, sociais e emocionais que envolvem a despedida de um ente querido.

Marina conclui a apresentação dizendo que, em se tratanto de morte é importante saber que não devemos levar em consideração apenas os impactos no meio ambiente, mas também os impactos socioculturais e econômicos.

Com esta palestra, Marina mostra a importância de se falar da morte sem tabu, de maneira leve e consciente, levando-se em conta os aspectos socioambientais, culturais e a necessidade de se repensar os procedimentos que envolvem esse tema.

Foto Divulgação: “Globo.com

Após a palestra, a Vina ofereceu aos presentes um café produzido com geração de renda para o Coletivo de Mulheres da UMEI Petrópolis – Unidade Municipal de Educação Infantil. Toda a renda adquirida por este coletivo vai para um caixa comum e os recursos adquiridos são utilizados com o objetivo de trazer melhorias para a escola.

O ambiente foi todo decorado com o simbolismo da reutilização: toalhas de mesa criadas a partir de uniformes descartados da Vina e objetos de decoração criados pela, designer Cristina Araújo, reutilizando embalagens de materiais de limpeza e lacres plásticos.

    

Fotos: Sônia Rocha e Fernanda Anastácio

 

Para mais informações, visitem:

Palestra

cemiteriopaisagistico.weebly.com

Cemitério Paisagístico / Facebook