7 de fevereiro de 2018
O Carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil, porém a sua origem não é brasileira e nem é comemorado apenas em nosso país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, na Mesopotâmia, na Grécia e em Roma.
A palavra carnaval, vem do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. Ela está relacionada com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle de todos os prazeres mundanos.
A influência dessa festa em nossa cultura é tão grande que muitos chegam a afirmar que o ano só começa depois do Carnaval. No exterior, isso se transformou em um dos grandes referenciais da nossa cultura.
Mesmo contando com a resistência de algumas alas mais conservadoras, o Carnaval passou a fazer parte do calendário de eventos do Brasil, quando, em 1091, a Igreja oficializou a data da Quaresma. A partir de então, o carnaval começou a ser comemorado como uma antítese ao comportamento reservado e à reflexão espiritual que marcam a data católica. Assim, a festa carnavalesca passou a ser compreendida como um período em que se podia deixar de lado os padrões e obrigações estabelecidos.
Durante a Idade Moderna, os bailes de máscara, as fantasias e os carros alegóricos foram sendo incorporados. O nosso Carnaval começou na rua e dele faziam parte as marchas de Carnaval – marchinhas. A primeira marchinha, em 1899, é de autoria de Chiquinha Gonzaga: Ó Abre Alas. Carmem Miranda foi a cantora de marchinhas mais conhecida dentro e fora do Brasil.
Mais tarde, a marchinha deu lugar ao samba-enredo das escolas de samba, ao mesmo tempo que o Carnaval de rua cedeu espaço aos desfiles das Escolas de Samba. Isso não aconteceu em todo o país, Pernambuco e Bahia, por exemplo, são conhecidos pelos blocos de Carnaval e pelos trios elétricos, respetivamente.
De uns tempos pra cá o carnaval de rua e seus blocos têm ganhado cada vez mais força, principalmente em Belo Horizonte, onde tradicionalmente as pessoas costumavam sair em busca de cidades com mais tradição e com uma programação mais animada.
Apesar da atual crise brasileira, o nosso Carnaval continua sendo a maior festa popular e, como sempre, promete ocupar ruas e passarelas com muita alegria e animação.
Em 1989, o mestre Joãosinho Trinta exibia sua grande obra na Sapucaí
O desfile antológico da Beija-Flor de Joãosinho 30, que usou o lixo e a miséria como temas permanece como uma referência de um carnaval politico e consciente.
Um Cristo Redentor mendigo, em farrapos, teve sua exibição pública proibida por liminar assinada pelo juiz Carlos Davidson de Meneses Ferrari, da 15ª Vara Cível do Rio, a pedido da Cúria Metropolitana.
A decisão chegou ao barracão da escola no sábado, antevéspera do desfile. Joãosinho deixou-se dominar pela fúria. A alegoria, prevista para ser o abre-alas da escola, transformara-se no grande orgulho dos componentes, após meses de angústia diante da ideia maluca do carnavalesco de fazer um enredo sobre o lixo.
A alegoria envolta no plástico preto, com a faixa gigante branca e a inscrição-protesto, transformou-se na imagem mais conhecida do carnaval contemporâneo. A favela que lhe servia de base ganhou um arremate do destino. Uma semana antes do desfile, houve um incêndio no barracão, que à época ficava no Catumbi, e o fogo atingiu especialmente o abre-alas. No dia seguinte, quando os funcionários iam começar a reconstrução, o carnavalesco os impediu.
Ele avisou que tinha ficado exatamente como queria. Ninguém deveria mexer. As pessoas não entenderam, mas já estavam acostumadas com o João. Ainda bem. Porque o que se viu na Sapucaí foi algo único. Além do Cristo, a Beija-Flor apresentou mendigos luxuosos e carros ricos, mas construídos com materiais baratos.
O desfile tão incrível não ganhou o carnaval. A Beija-Flor recebeu a pontuação máxima dos jurados, mas acabou empatada com a Imperatriz Leopoldinense, autora de um desfile tecnicamente impecável, levado por um samba antológico, dentro do enredo “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”. O tempo transformou a derrota em vitória, ao multiplicar a fama do desfile arrebatador.
É possível aproveitar a festa de Carnaval e, ao mesmo tempo, ter atitudes sustentáveis. Veja aqui dicas de consumo consciente, que valem para os foliões e para quem vai curtir outra programação nesse período.
São sugestões simples e práticas:
Lugar de Lixo é no lixo!
O material sólido acumulado nas calçadas entope os bueiros e aumenta o risco de enchentes. Nas estradas, os detritos jogados nos acostamentos agridem e colocam em risco o meio ambiente e os animais. Nas praias, o lixo se espalha pela orla, vai parar no fundo do mar e, além de contaminar a água e consequentemente fauna e flora, seu recolhimento é muito difícil e oneroso. Evite esses impactos levando consigo um saquinho para guardar seu lixo até encontrar um local apropriado para o descarte. E evite desperdício de comida e bebida, que geram ainda mais resíduos!
Use Fantasia reciclada
Para confeccionar uma fantasia são utilizadas matérias-primas, água e energia em sua produção, além do transporte (que aumenta a emissão de gás carbônico). Que tal reutilizar sua fantasia, trocá-la com amigos ou reformá-la? Utilizando a mesma fantasia mais de uma vez, você dilui ao longo do tempo esses impactos negativos.
Alimentação saudável para ter mais energia!
Escolha refeições ricas em alimentos de fácil digestão, como legumes, verduras, carboidratos integrais e carnes brancas. Evite gorduras, que deixam a digestão lenta e podem causar sonolência e má disposição. Se você for comprar um lanche na rua, observe as condições de higiene do local e se os produtos estão em refrigeração adequada. E beba muita água (mínimo de 2 litros por dia). Com o calor e os pulos da folia, você corre o risco de se desidratar. E evite o excesso de bebidas alcoólicas. Além das consequências no dia seguinte, pode causar acidentes de trânsito.
Na estrada, fique atento!
Na época do Carnaval, o tráfego nas estradas é intenso e, por isso, aumenta o risco de acidentes, além da emissão de poluentes. Você pode se organizar para viajar com o maior número possível de pessoas no carro, diluindo os impactos da viagem. Pode ainda programar a saída de casa em horários de menos trânsito. Faça uma vistoria geral no carro e mantenha os pneus calibrados conforme a recomendação. Além de ser mais seguro você consegue reduzir o consumo de combustível do veículo, diminuindo custos e a emissão de gases poluentes.
Respeito à cultura local
O turismo também pode ter impactos positivos: respeitando os costumes dos lugares visitados e prestigiando a cultura e economia locais. Assim você contribui para o desenvolvimento da região e é bem visto pelos locais.
Pirataria: NÃO!
Ao adquirir artefatos de festa, CDs e DVDs, exija dos fornecedores nota fiscal, evitando assim, a sonegação de impostos e o estímulo à produção ilegal, que pode estar alimentando o crime organizado.
Desconecte-se!
Tire os aparelhos elétricos e eletrônicos da tomada, tais como televisão, DVD, micro-ondas, computador e carregador de bateria, a fim de economizar energia. Deixar os equipamentos em “stand by”, quando o aparelho está desligado, mas conectado à rede elétrica, faz com que o aparelho continue consumindo alguma energia.
Economize água!
Evitar o desperdício de água é sempre necessário: continue tomando banhos curtos e aproveite o calor para desligar o chuveiro caso demore ao se ensaboar ou lavar os cabelos. O Carnaval é época em que muitas cidades enfrentam sérios problemas de abastecimento de água em função do aumento de consumo. Seja um consumidor consciente e evite as brincadeiras que geram desperdício!
Fora da folia
Aqueles que preferem a paz e o sossego podem aproveitar a tranquilidade e o tempo livre em atividades que valorizam o maior convívio com os amigos ou com a família. Caminhadas pelas ruas ou em parques, visitas a museus, exposições e centros culturais são algumas boas sugestões, pois não custam dinheiro e não consomem recursos naturais.
Passe pra frente
Divulgue essas ideias para os amigos e familiares, por um carnaval mais sustentável. Espalhar esses princípios é uma maneira eficiente de conscientização para fazer do mundo um lugar melhor para todos!
Video divertido de paródia da música “Despacito”
Aumenta o debate sobre a regulamentação deste material, onipresente no Carnaval, na moda e na Internet, pelo possível impacto dos microplásticos no ecossistema marinho
Nem todo mundo sabe, mas essas minúsculas cintilações costumam ser fabricadas com plástico. Especificamente, alumínio e polietileno tereftalato (PET). Para encontrar uma explicação para a matéria-prima seria preciso remontar a 1934, quando Henry Ruschmann, um maquinista de Nova Jersey (Estados Unidos) idealizou uma maneira de triturar plástico para criar glitter e purpurina. Depois fundou a empresa Meadowbrooks Inventions, que atualmente é considerada a maior produtora de purpurina do mundo. Sua popularização chegaria nos anos 1960, quando algumas empresas de cosméticos adicionaram esses brilhos a batons, sombras e pós.
Além do problema de serem feitos de plástico, que leva centenas de anos para se decompor, há o de seu minúsculo tamanho. Os microplásticos, com um diâmetro inferior a 0,5 milímetros, estão causando muitas dores de cabeça por suas consequências para os ecossistemas marinhos. Celia Ojeda, responsável por campanhas do Greenpeace Espanha, explica que essas partículas que facilmente chegam aos oceanos através das vias fluviais “ficam em suspensão nas primeiras camadas da água e entram na cadeia trófica porque os peixes as ingerem. Os peixes estão se desenvolvendo com os microplásticos”.
Um dado divulgado pelo Greenpeace para compreender o alcance de tudo isto: de 21% a 54% de todos os fragmentos de microplásticos do mundo se encontram na bacia mediterrânea. A densidade de plásticos que o Mediterrâneo tem é comparável à de zonas de acumulação do Pacífico (chamadas de ‘sopas de plástico’): uma peça para cada 4 metros quadrados, e se calcula que existam 1.455 toneladas deste material flutuando em suas águas. Entre 4,8 milhões e 12 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos todos os anos.
Ainda se desconhece os efeitos que podem ter sobre o ser humano, já que é um assunto “em plena fase de investigação”. Além do mais, “a bioacumulação é muito lenta, por isso é muito difícil de demonstrar”.
Mas, o que diz a legislação? Os microplásticos de alguns produtos cosméticos, como dentifrícios e esfoliantes, também conhecidos como microesferas, já são proibidos em alguns lugares. Em 2015, por exemplo, Illinois foi o primeiro local nos Estados Unidos a impedir a produção e venda de produtos com esses componentes, e em seguida vieram outros, como a Califórnia. O Reino Unido pôs em vigor o veto à sua fabricação em 9 de janeiro e pretende estendê-lo às vendas em julho deste ano. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente desenvolveu uma campanha internacional contra as microesferas, Beat the Microbead, com aplicativo incluído, para facilitar o trabalho dos cidadãos na detecção de produtos que as contenham. E ainda, a Comissão Europeia aprovou a primeira estratégia regional sobre o plástico, cujas medidas incluem a restrição ao uso dos microplásticos nos produtos.
GLITTER BIODEGRADÁVEL
Há várias iniciativas voltadas para a venda de produtos semelhantes em brilho, mas que respeitam o meio ambiente.
No Brasil, às vésperas do Carnaval, o glitter e a purpurina biodegradável se tornaram uma aposta sustentável para os foliões. Lojas como a Lá no Mato oferecem diversos tipos de glitter natural, que têm em sua base gomas vegetais, água pigmentada com clorela (um tipo de alga verde), urucum, cúrcuma, carvão vegetal, beterraba, além de spirulina (uma alga que serve como superalimento) e minerais como a mica. O processo de produção é mais lento. Mas o resultado é muito semelhante ao do produto de plástico.
Onde encontrar
O bloco “Todo Mundo Cabe no Mundo” desfilou pelas ruas de Santa Efigênia e do Funcionários, pela primeira vez, em 2016. Mas essa ideia começou antes, em 2012, a partir da iniciativa “Preconceito Zero – Todo Mundo Cabe no Mundo”, do artista plástico Marcelo Xavier e de outras pessoas interessadas em tornar o mundo um local mais aberto para o diferente, para os diferentes. O primeiro evento, em agosto desse ano, reuniu centenas de pessoas em uma movimentação artística espontânea na praça Duque de Caxias, em Santa Tereza. O principal símbolo da iniciativa foi uma sombrinha, que deveria ser enfeitada da forma que o dono achasse melhor. Quatro anos depois, a ideia enveredou pelo caminho da folia e tomou corpo no bloco, que está aberto para todos que quiserem participar de uma sociedade mais inclusiva.
CARNAVAL DE TODO MUNDO
Nossa ideia de carnaval sempre foi a de afirmação da festa como manifestação folclórica – a maior do país – ou seja, popular, democrática, gratuita e aberta ao livre espaço da rua em que todos os cidadãos se sintam convidados a participar. Por sorte, a cidade optou pelo carnaval com estas características. Parece-nos viver a realização de um sonho. Como cantam os versos de uma das nossas 5 marchinhas (especialmente compostas para o carnaval de BH): “BH, a bela adormecida, que dormia em pleno carnaval, um dia acordou e não sai mais da rua e não quer mais parar de pular, de pular, de pular…” Festa popular sem a inclusão absoluta de todos, que condene parte da população, seja ela qual for, a meros espectadores é um contrassenso. Conhecemos muito bem o grande inimigo do ideal de inclusão social: o preconceito. Sabemos, também, da força de armas como a arte, o folclore, a alegria, o compartilhamento no combate a esse inimigo. O nosso carnaval tem essas armas e é com elas que botamos o nosso bloco na rua: “Todo mundo cabe no mundo” – pela paz, pela diversidade, pela liberdade. (MARCELO XAVIER)
O Departamento Socioambiental da Vina sempre colaborou com a preservação do meio ambiente, esta é, inclusive, uma de suas razões de existir, e aliado a promover a alegria então, é muito melhor! Este ano a nossa colaboradora e parceira, a artista Cristina Araújo desenvolveu uma série de fantasias e adereços utilizando materiais descartados da empresa, para promover mais uma ação ruma à sustentabilidade.
Veja a programação para os desfiles das Escolas de Samba de BH aqui
Veja a programação dos Blocos e eventos aqui
Veja a seguir alguns vídeos que separamos pra você divulgar e ajudar a conscientizar os foliões nesse e em todos os Carnavais:
Video sobre saúde no carnaval