22 de março de 2018
O dia de hoje não nos leva a nenhuma comemoração. Infelizmente, a realidade atual da água potável disponível no planeta só nos leva à muita preocupação e à necessidade de proteção e preservação. As estatísticas são alarmantes: cerca de metade da população mundial, 3,6 bilhões de pessoas, vive em zonas de séria escassez de água. Até 2050 esse número pode dobrar!
Em sua oitava edição, pela primeira vez o Fórum Mundial da Água é realizado no Brasil e vem com um tema – Compartilhando Água – que diz muito da situação emergencial da água em todo o mundo. Acontecendo em Brasília de 18 a 23 de março com uma programação que propõe o diálogo mundial para estabelecer compromissos políticos e sociais relacionados à conservação, proteção e gestão dos recursos hídricos em todos os setores da sociedade. Especialistas de todo o mundo, além de representantes oficiais, de empresas multinacionais, ambientalistas, ONGs discutem temas vitais para o uso consciente e a preservação de mananciais de água em todo o planeta.
Não deve ser coincidência a realização desse Fórum no Brasil, país que possui abundância de água – se comparado a outras regiões do planeta – com muitos rios e nascentes, além de 25 aquíferos e a nossa Floresta Amazônica, que faz circular verdadeiros rios de água na atmosfera. Talvez seja bom para o Brasil, para o povo brasileiro, que esse Fórum aqui signifique o desencadeamento de uma defesa e de uma resistência nacional e mundial à comercialização perversa, promovida pelo governo de Michel Temer, das nossas fontes naturais de água, em especial a atual ‘negociata’ do governo brasileiro com multinacionais para a exploração do nosso aquífero Guarani e a permissividade oficial e irresponsável para o desmatamento da Amazônia.
Queremos ressaltar, aqui, a urgência defesa das nossas águas em todo o mundo e para que ela aconteça de verdade, fazendo valer a importância da sua gestão e do seu compartilhamento, é fundamental que possamos conjugar – e ensinar permanentemente às nossas crianças – os verbos que podem fazer a diferença para garantir a água boa em toda a Terra: pesquisar, proteger, preservar, defender, compartilhar.
Para começar a agir em defesa da nossa água é preciso estar bem informado(a).
Vão aqui algumas boas fontes de informação:
O Aquífero Guarani
“Aquífero Guarani, uma das maiores reservas mundiais de água doce, subjacente aos territórios de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, vai ficar impróprio para o consumo humano se nenhuma medida urgente for tomada para frear a poluição dos rios, lagos, arroios, o uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas e a exploração excessiva de atividades socioeconômicas.
À falta de saneamento e consciência ambiental, soma-se o desperdício e as mudanças climáticas, o que pode levar à diminuição do reservatório, privando seu uso pelas futuras gerações.
(Por Cleber Dioni)
Riscos de poluição e de redução do aquífero
Governo poderia privatizar Aquífero Guarani?
Veja mais aqui e no site oficial do Forum
Amazônia, a maior fonte gratuita de água doce
O imenso reservatório de água no subterrâneo da Amazônia
Fontes e destinos de vapor de água na Amazônia e os efeitos do desmatamento
Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º – A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Fonte: www.suapesquisa.com