30 de agosto de 2019
O mundo vem assistindo ao esgotamento crescente dos seus recursos naturais e vem repensando a utilização indiscriminada das suas fontes de energia. No Brasil, por exemplo, a energia solar e a energia eólica vêm ganhando força e crescendo como alternativas à energia gerada por usinas hidrelétricas. O desenvolvimento e a utilização de alternativas energéticas se fazem mais urgentes ainda diante da realidade do aquecimento global e do fato de que a água doce do mundo caminha para um quadro grave de escassez, provocada principalmente pelo desmatamento descontrolado, pela poluição de nascentes e rios e pelo desperdício generalizado. (No momento em que publicamos esta postagem, infelizmente, a nossa Floresta Amazônica está queimando… E ainda não é possível medir as graves consequências ambientais dessa tragédia).
Em 2014, durante uma séria crise hídrica no Brasil e no mundo, surgiu um slogan que serviu de mote para inúmeras campanhas contra o desperdício de água: “Cada gota importa”. E importa mesmo! Os recentes rompimentos de barragens em Mariana e em Brumadinho, Minas Gerais, que enlamearam e envenenaram as águas de dois grandes rios, o Doce e o Paraopeba, comprometendo a sobrevivência da fauna, da flora e de milhares de pessoas que vivem nas suas margens e dependem desses rios para sua sobrevivência são exemplos disso. São tragédias que refletem não apenas a negligência criminosa das empresas, mas a falta de consciência ambiental, de desrespeito pela vida e de desperdício sem volta de riquezas naturais do nosso planeta. Muitas vidas humanas foram perdidas e o meio ambiente sofreu perdas irreparáveis em todas as regiões atingidas. E o que importa em tudo isso? Importa saber que em nenhuma instância a vida pode ser desperdiçada.
O desperdício é um ato de jogar fora sem proveito, é um esbanjamento sem sentido, é uma perda exagerada e injustificada. O desperdício é uma questão séria e crucial no mundo contemporâneo. Ele está ligado aos modos de produção e de consumo das nossas sociedades. Está relacionado à promoção de uma cultura consumista e irresponsável e é um adversário poderoso da sustentabilidade. Desperdiçamos, diariamente, entre tantas coisas diversas, água, energia elétrica, alimentos, tempo, espaço, dinheiro, oportunidades. Fala-se muito em uma “cultura do desperdício”, que favorece conceitos e valores como ‘fartura’, ‘status social’, ‘esbanjamento’. Hoje, diante da realidade de escassez de tantos recursos, cresce o sentimento e a consciência de que essa cultura do desperdício precisa ser combatida. Mas como identificar as origens ou os focos dessa cultura e, principalmente, qual é o melhor caminho para combatê-la?
O Brasil é considerado o campeão mundial do desperdício. E já vem de muito tempo essa má fama…
Tudo o que é desperdiçado geralmente vai para o lixo, sem possibilidade de retorno. Seja no ambiente doméstico, seja no cotidiano das empresas, o que se joga fora muitas vezes é reflexo de desorganização e de uma falta de consciência ambiental que está incorporada à vida do brasileiro. Isso acaba provocando perdas irrecuperáveis na economia e diminuindo a disponibilidade de recursos que afetam toda a população.
A Lei nº 12.305/10 instituiu no Brasil, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), representando um marco no setor, por tratar de todos os resíduos sólidos (materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados), sejam eles domésticos, industriais, agrícolas, etc., e também por tratar de rejeitos (itens que não podem ser reaproveitados), incentivando o descarte correto, de forma compartilhada ao integrar e atribuir responsabilidades ao poder público, à iniciativa privada e aos cidadãos. Mas, embora, seja um avanço, a Lei não foi suficiente para alterar de forma significativa a velha “cultura do desperdício” que continua a ser praticada em nosso país.
O conceito de desenvolvimento sustentável, que propõe o equilíbrio com o uso consciente de recursos humanos e ambientais, avançou e, cada vez mais, a proteção ambiental deve estar acompanhada de desenvolvimento econômico e de inclusão e corresponsabilidade social.
Consciente desses conceitos, a VINA é uma empresa que sempre buscou, desde a sua origem, praticar os preceitos da sustentabilidade. A empresa lida com resíduos sólidos em sua prática empresarial e não poderia ignorar a própria produção de resíduos no seu cotidiano. Ao criar, em sua estrutura, um Departamento Socioambiental (em 2003), a VINA transformou positivamente a sua postura diante da sociedade e do ambiente em que atua. A responsabilidade socioambiental e uma atuação permanente de propor e provocar a corresponsabilidade em sua atuação empresarial e na comunidade na qual está inserida passou a orientar o desenvolvimento da empresa.
Desde a construção de sua sede – baseada em uma construção sustentável – até a área de preservação do Cerrado que existe no terreno onde está instalada, a prática cotidiana da VINA busca promover uma permanente conscientização ambiental e social em que não se pode desperdiçar nada!
Programas de educação ambiental e de inclusão social, internos e externos, são pautados pelo descarte inteligente, pelo reaproveitamento, pela reutilização e pela reciclagem permanente de materiais, de ideias e de boas práticas socioambientais.
O tema desta postagem é o DESPERDÍCIO e, assim, vamos priorizar, aqui, exemplos de algumas das ações da VINA que, ao longo do tempo, vêm confirmando que a corresponsabilidade socioambiental pode gerar resultados positivos e que cada pequeno gesto importa para evitar desperdícios, proteger o meio ambiente e garantir um futuro realmente sustentável para todos.
Materiais como lâmpadas fluorescentes, pneus, eletroeletrônicos, resíduos de aço e de óleo, filtros e estopas são descartados pela VINA de acordo com as normas exigidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos e com o estabelecimento de parcerias positivas firmadas pela empresa. As lâmpadas fluorescentes, por exemplo, utilizadas em toda a sede por serem mais econômicas, são descartadas em coletores específicos instalados em uma rede de supermercados da região.
Os equipamentos de EPI, além de uniformes contaminados, luvas, botinas, filtros, estopas e areia oleosa são, desde 2018, coletados pela empresa Resi Solution – Transporte e Gerenciamento de Resíduos Ltda. – que encaminha esses materiais para coprocessamento na indústria do cimento.
Por toda a sede da VIDA estão instaladas estruturas de coleta seletiva cujos materiais são encaminhados por uma Rede de Coleta Seletiva em parceria firmada, desde 2014, entre a VINA, a Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI Águas Claras, o Centro de Referência e Assistência Social – CRAS Petrópolis e a Cooperativa Cooperativa de Catadores de Matérias Recicláveis – COOPEMAR. Os empregados da VINA e a comunidade no entrono da empresa também integram essa Rede.
Desde a criação do Departamento Socioambiental da VINA existe uma opção coerente por buscar parcerias com designers e artistas que incluam na sua criação os conceitos de reaproveitamento, reutilização e reciclagem. No início, essa opção estava voltada para a produção dos brindes de fim de ano da empresa. Com o passar do tempo, a reutilização ganhou espaço na VINA e, além dos brindes, muito objetos utilitários foram criados e, por toda a empresa, no seu dia a dia ou em eventos especiais, uniformes viraram toalhas, aventais, bolsas, mochilas, capas de agendas e de cadeiras; botas e garrafas PET viraram vasos de flores; ferragens e outros resíduos de construção viraram objetos de decoração; câmaras de pneus viraram bolsas, carteiras, pastas, chaveiros, pufes; cápsulas de café viraram flores e outros objetos decorativos. Enfim, a transformação e a reutilização de tantos materiais não têm limites nas mãos e no talento de artistas parceiros do Departamento Socioambiental.
Veja aqui algumas fotos do resultado criativo dessas transformações.
As campanhas internas promovidas pelo Departamento Socioambiental fazem parte de um processo de educação ambiental persistente e que tem obtido resultados muito positivos. Não apenas dentro da empresa os reflexos dessas campanhas podem ser medidos. A tomada de consciência ambiental, a partir de experiências práticas vividas no ambiente de trabalho, tem sido ampliada em atitudes que são reproduzidas e multiplicadas pelos empregados e parceiros da VINA em suas casas e em suas comunidades.
Separar o lixo, reaproveitar e não desperdiçar água e energia, reutilizar papel, trocar o copo descartável por canecas individuais, trocar o detergente comum por sabão de coco e promover o consumo consciente dentro e fora da empresa fazem parte da sua realidade.
Merece destaque a campanha de redução gradativa e eliminação definitiva do uso de copos descartáveis na empresa, gerando uma economia significativa (Chegaram a ser consumidos até 5 mil copos descartáveis por mês!) e uma atitude consciente positiva no cotidiano dos seus empregados e parceiros. Desde janeiro de 2018 não são mais utilizados copos descartáveis na empresa.
Outra campanha bem-sucedida é a Desembrulhe com Carinho, que busca promover uma reflexão sobre o consumo e o descarte de papeis e embalagens resultantes dos presentes de Natal. Todo o material recolhido pela VINA é encaminhado para uma rede de parceiros formada por coletivos e por artistas da sucata de Belo Horizonte. Os resultados aparecem no desenvolvimento de diferentes propostas de reutilização criativa desse material e na geração de renda para trabalhadores que vivem da coleta de materiais descartáveis e para os artistas que trabalham com o conceito de reutilização e reciclagem.
Ao tomarmos consciência dos pequenos desperdícios diários e mudarmos de atitude em relação a eles já estaremos dando um passo importante na direção do uso consciente de nossos recursos energéticos e do reflexo que isso terá no equilíbrio ambiental atual e futuro do planeta. Na verdade, não podemos desperdiçar a oportunidade de mudar de atitude agora. Parodiando o slogan já citado, podemos dizer que cada gesto importa! E importa muito.
“As cenas desse vídeo revelam que é possível existir um equilíbrio entre escassez e excessos nos processos de produção por meio de soluções e pensamentos interdependentes e não excludentes. Se fazemos parte do problema, também somos parte da solução, afinal, cultura nada mais é que um conjunto de valores que podem ser moldados e modificados com a ajuda da informação e conhecimento”. (Beatriz Lorente)