6 de setembro de 2021
É impossível não falar de pandemia, desde que o dia começa até a hora de dormir. É muito difícil conviver com o fato de que mais de 550 mil vidas já foram interrompidas antes da hora em nosso país. Nossas vidas foram alteradas, as nossas relações pessoais, sociais e de trabalho mudaram muito e muito repentinamente e, por isso, estamos todos, em todo o mundo, buscando coragem e energia para prosseguir e para reaprender a viver coletivamente.
Novas palavras surgiram para designar novas realidades e outras palavras foram resgatadas e deslocadas de suas significações originais, ganhando destaque e relevância no entendimento comum.
Para viver este novo momento tem sido exigido de nós aprender e compreender os novos sentidos dados a palavras que não faziam parte necessariamente do nosso cotidiano: isolamento, distanciamento, protocolo, quarentena, epicentro, assintomático, entre outras. Sem falar na incorporação quase que imediata de palavras estrangeiras, como home office, lockdown, live… São palavras e expressões que traduzem o atual momento e que têm gerado, inclusive, a criação de pequenos glossários com essas “novas” palavras. Disponíveis nas mídias sociais, eles facilitam o entendimento do sentido e o significado dessas palavras no contexto atual.
Entre glossários formais e informais, vale conferir o Glossário Terminológico da Covid-19 , que foi realizado a partir de um mapeamento terminológico da Covid-19 por docentes, pesquisadoras e estudantes da Universidade de Brasília, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) e da Università di Pisa, na Itáilia.
Uma palavra que entrou definitivamente para o nosso vocabulário diário foi “live”. Em inglês ela tem o significado original de “viver, morar, ao vivo”, mas, ressignificada, ela passou a ser utilizada na referência a shows de artistas no Youtube. Com a pandemia, seu uso se intensificou e ela caiu no uso e no gosto popular da nossa língua: agora todo mundo “faz live”.
Ailton Krenak, ambientalista, líder indígena, escritor, filósofo intérprete do Brasil, pertencente ao povo Krenak, tem sido, desde o princípio da pandemia, uma das personalidades brasileiras mais requisitadas para participar de lives.
É impossível falar da atual realidade brasileira sem falar do crescimento da miséria e da fome. É impossível falar da identidade de um povo sem falar de educação e cultura.
Em tempos de insegurança em relação ao futuro do Brasil, nesse contexto de luto e de crise social e econômica, promovida por um governo que insiste em penalizar o povo brasileiro, podemos também nos deparar com inúmeras iniciativas individuais e coletivas que, na contramão de tudo isso, demonstram resistência, coragem e afeto para garantir que muita gente não desista, não se sinta só e nem morra de fome.
A CUFA (Central Única das Favelas) é uma organização brasileira que existe há 20 anos e é reconhecida nacional e internacionalmente por sua atuação política, social, esportiva e cultural. Foi criada por iniciativa de jovens de várias favelas, principalmente da população negra, que buscavam espaços para expressar seus questionamentos, suas convicções e sua vontade de viver. Hoje ela conta com representações em quase todos os estados brasileiros.
Em 2021, diante do agravamento do quadro de fome da população pobre brasileira, a CUFA/MG (Central Única das Favelas de Minas Gerais) em parceria com a Frente Nacional Antirracista iniciou a campanha Mães da Favela Futebol Clube, para arrecadar e levar alimentos para as famílias que mais precisam. O projeto já conta com o apoio dos principais clubes de futebol do Brasil, como São Paulo, Corinthians, Grêmio, Vasco, Cruzeiro, América, entre outros.
Outra iniciativa que merece destaque e apoio vem de Fortaleza (CE) e é um exemplo de política pública que deveria ser seguido e copiado por outras prefeituras.
Instituído em junho de 2016, o Projeto Hortas Sociais da Prefeitura de Fortaleza tem contribuído para melhorar a vida de milhares de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social. São três estufas, localizadas em três bairros diferentes da capital cearense, que produzem hortaliças como couve manteiga, alface, coentro, pimentinha de cheiro, tomate cereja, pimentão vermelho, pimentão verde, pimentão amarelo, maxixe e quiabo. Em 2020, mesmo com a pandemia, o projeto distribuiu cerca de 13,5 toneladas de alimentos. Em 2021 os trabalhos não pararam.
Confira as principais iniciativas desse projeto: Clique nos links abaixo:
Hortas Sociais da Prefeitura de Fortaleza
Entidades que atendem pessoas idosas em Fortaleza
REDE DE COLABORAÇÃO
Em Belo Horizonte, entre outras ações socioambientais das quais participa, a Vina vem colaborando mensalmente, desde abril de 2020, com as ações emergenciais de combate à fome que o Movimento Social de Luta de Bairros Vila e Favelas – MLB vem realizando na cidade, especialmente nas Ocupações Eliana Silva e Paulo Freire, na região do Barreiro.
Colabore com as ações de combate a fome do MLB clicando aqui
Saiba mais sobre as ações socioambientais da Vina durante a pandemia clicando aqui
Esse é um projeto inovador, nascido na comunidade do Morro do Papagaio, em Belo Horizonte (MG), em 2014. Segundo os seus criadores, eles são “um hub de educação e aprendizagem empreendedora, inovadora, digital e inclusiva. Nossa missão é promover a diversidade e o desenvolvimento social, econômico e ambiental por meio do empoderamento de grupos e territórios vulnerabilizados. Oferecemos educação empreendedora e aceleração de negócios e projetos, atuamos no desenvolvimento de metodologias de ensino, trilhas de inovação e impacto social elaboradas para preparar as pessoas para o futuro do trabalho”.
Atualmente, o projeto já alcança 18 estados brasileiros e, em 2021, estão trabalhando com salas de aula virtual voltadas para a formação empreendedora contínua, buscando atender principalmente o seu público-alvo: jovens de periferia de 18 a 35 anos (em que 85% são negros e, destes, 70% são mulheres), mas estão também preocupados em trabalhar com o letramento digital do público mais idoso (Perifa 60). Pelos resultados positivos que vêm alcançando, eles acreditam que estão no caminho certo.
Clique aqui para ver uma entrevista com Tatiana Silva – diretora Executiva do Fa.vela.
https://favela.org.br #fa.vela @maisfavela
Na Vina, também a língua portuguesa bem falada, bem escrita e devidamente compreendida tem sido uma preocupação constante. Desde o início de 2020 vem sendo oferecido a um grupo de dez pessoas da equipe da empresa o curso Uso Diário da Língua Portuguesa. A pandemia criou, logo no início do curso (em março de 2020), um grande desafio para a turma e suas professoras. Apesar do desafio de trabalhar a distância durante a pandemia já é possível constatar a evolução de toda a turma e o interesse em continuar aprimorando o uso da nossa língua. Confira aqui a postagem sobre essa iniciativa feita em nossa página do facebook.
Nos links abaixo você poderá conhecer a opinião de profissionais da educação que estão enfrentando com coragem e sensibilidade a luta diária pela Educação no Brasil durante a pandemia:
Este é um projeto consolidado de inclusão social que, durante a pandemia, também se transformou em projeto de inclusão digital por meio da música.
Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e a integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 13 anos, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças, adolescentes e jovens entre 6 e 29 anos.
Para saber mais sobre o projeto NEOJIBA acesse os links abaixo:
Neojiba online: a musica como disciplina e remedio
Neojiba retorna as atividades e reforca medidas de inclusao digital
Neojiba lanca campanha para enfrentamento a fome
Projeto Social – Transformando vidas com a arte da música e da luteria.
A Fábrica Sonora é um projeto de construção de instrumentos musicais – especialmente de violinos, violas e violoncelos – com a utilização de tubos de PVC.
Ele integra o Projeto Locomotiva e é uma das atividades de formação da Orquestra Locomotiva, sediada em Santo André (SP).
Clique aqui para assistir a um vídeo sobre o projeto e sobre a construção dos instrumentos.
A arte transforma. Ela tem o poder de provocar o nosso olhar para ver o mundo com outras perspectivas e de ajudar o ser humano a encarar com mais leveza os desafios e as incertezas. A arte pode ser sutil, provocadora, social, política ou revolucionária. A arte, em todas as suas manifestações, alivia a nossa dor e nos lembra, o tempo todo, que somos seres dotados de sensibilidade, desejo e força para transformar realidades. Durante a pandemia de Covid-19 não tem sido diferente. Seja ao vivo ou nas telas virtuais, a arte está por todo lado, mostrando suas cores, seus ritmos, suas intensidades, suas revelações, com tantos artistas incríveis expondo sua indignação, sua empatia, sua solidariedade.
É o nome da exposição que foi realizada na sede da Vina em agosto de 2020, em Belo Horizonte (MG), com obras criadas pela artista e designer Cristina Araújo. O tema foi ‘o cuidado e a delicadeza com o outro’ exigidos pela pandemia. Todas as obras – painéis de colagens – foram criadas a partir do reaproveitamento de materiais coletados durante a campanha Desembrulhe com Carinho, realizada pelo Departamento Socioambiental da empresa.
Saiba mais sobre a exposição PAN-DE-MIRA
Saiba mais sobre esse artista e sua obra clicando aqui.
(Haruki Murakami, escritor japonês)
Coordenação: Departamento Socioambiental Vina – Cláudia Pires Lessa
Design Gráfico: Lika Prates
Texto: Élida Murta