CRISE CLIMÁTICA: URGENTE!

26 de setembro de 2023

Relógio do Clima (Cristo Redentor – Rio de Janeiro). Foto:Tatiele Azeredo/Instituto Talanoa

 

Como vamos salvar nosso planeta?

A primavera acabou de chegar e o calor, em quase todo o Brasil, provocou temperaturas acima dos 40 graus! Nas comparações feitas por meteorologistas, as temperaturas todas estão acima das médias esperadas para esta época do ano. O planeta está cada vez mais quente e essa é uma tendência preocupante para os próximos dias, os próximos meses, os próximos anos. Estamos vivenciando e testemunhando essa crise. É sobre a nossa sobrevivência e a das futuras gerações que precisamos falar e, mais do que nunca, precisamos agir para mudar esses cenários de devastação em todo o planeta.

E tem que ser agora!


O que é a crise climática?

“Crise climática” é uma expressão que tem sido empregada para evidenciar a situação ambiental do planeta relativa às mudanças climáticas, suas graves consequências e à sua emergência.

Acesse aqui para saber mais e, quem sabe, também poder colaborar para mudar esse cenário.

Outras fontes de informação: Clique aqui

No centro dessa crise climática estamos nós, seres humanos. Responsáveis diretos por ações inconsequentes e destrutivas, acumuladas ao longo de centenas de anos.

O degelo das calotas polares triplicou nos últimos anos, a escassez de água já é uma realidade, a fome afeta milhões de pessoas em todo o mundo, as migrações causam impactos sociais e humanitários, as epidemias vão acontecer com mais frequência, o fim das abelhas pode comprometer a vida na Terra. Todos esses eventos estão ligados à crise climática que nós provocamos.

AS TRAGÉDIAS

O mês de setembro trouxe com ele ciclones, enchentes e terremotos. Na Líbia, no dia 11 de setembro, as inundações provocaram o rompimento de duas barragens e a destruição de prédios, casas e infraestruturas quando uma onda de 7 metros atingiu e devastou a cidade de Derna. Nessa tragédia, de acordo com a Cruz Vermelha, só em Derna, mais de 5 mil pessoas morreram. Ao todo, e esse não é ainda um número conclusivo, estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham perdido suas vidas após as tempestades.

As áreas baixas de Derna, perto do mar, foram as mais afetadas.  Fonte: AFTP – BBC News

Embora seja muito cedo para atribuir definitivamente à crise climática as tempestades que atingiram a Líbia, os cientistas já podem afirmar que as alterações climáticas estão aumentando a intensidade de fenômenos meteorológicos extremos, como as tempestades que estão ocorrendo em várias partes do mundo.

Segundo apontam as pesquisas até agora, à medida que os oceanos ficam mais quentes eles fornecem combustível para o crescimento das tempestades, e uma atmosfera mais quente pode reter mais umidade, o que significa o desencadeamento de chuvas mais extremas.

Fotos das tragédias em Petrópolis e no litoral paulista

No Brasil, em fevereiro de 2022, Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, sofreu com um volume de chuvas que provocaram alagamentos e deslizamentos, com mais de 80 casas soterradas e um saldo de 30 vidas perdidas. Em 2023, desde o princípio do ano, já tivemos altos e baixos de temperatura e tempestades catastróficas, como as que caíram sobre o litoral paulista no mês de fevereiro. Chuvas torrenciais, muito acima da média, provocaram quedas de árvores, quedas de barreiras e afundamentos de asfalto nas principais rodovias, além de transbordamento de rios, alagamentos, deslizamentos de terra, deixando cidades inteiras alagadas, casas destruídas, mortes e muitos desabrigados. Os volumes de chuva registrados no litoral paulista “estão entre os mais altos já vistos no Brasil, em curto período, e possivelmente entre os mais elevados no mundo em instabilidade não decorrente de ciclone de natureza tropical, fenômeno conhecido por gerar chuva extraordinária”, segundo afirmou o instituto de meteorologia MetSul.

Município de Rosa Sales – Rio Grande do Sul (RS) – Foto: Miguel Noronha/FUTURA PRESS

Em setembro, os estados do sul foram os mais penalizados, em especial o Rio Grande do Sul, mas os termômetros oscilaram em todas as regiões do país. No Sul as perdas foram muitas: além das vítimas fatais (oficialmente, 48 mortos), muitos perderam suas casas e muitas cidades terão que reconstruir pontes, escolas, edifícios públicos, praças, estradas. As lavouras, de todos os tamanhos, também sofreram perdas irreversíveis e isso desencadeia um movimento que afeta o país inteiro, tanto na esfera social ‒ com tantas perdas de vidas, de bens materiais, além de contaminações, doenças, fome… ‒, quanto nas esferas ambiental e econômica.

Em todo o mundo e também no Brasil o que se espera é que o poder público comece a agir no sentido de desenvolver estratégias de prevenção nas infraestruturas e nos locais de risco – para minimizar alagamentos e deslizamentos – criando junto com as unidades da Defesa Civil programas públicos de educação e conscientização, com protocolos a serem adotados em situações de perigo e de tragédias. Os apoios financeiros locais, estaduais e federais – sempre necessários – podem ser bem menores e bem melhor empregados na prevenção do que na reparação, depois que as tragédias acontecem. Infelizmente, tudo aponta para que esses fenômenos extremos continuem a acontecer. Monitorar e coibir os desmatamentos e proteger de fato as grandes florestas também são ações imprescindíveis.

O CALOR

Fonte: O SOL, publicação de 19/9/2023

Os últimos três anos foram mais quentes do que qualquer outra época já registrada no planeta. As últimas semanas de setembro no Brasil, que marcaram oficialmente o fim do inverno e o início da primavera, registraram temperaturas muito altas, superando as médias previstas para esse período e chegando a mais de 40 graus em Cuiabá (MT) e no Rio de Janeiro RJ), por exemplo. Estamos começando uma primavera que traz, junto com o colorido de suas flores, um calorão que reflete as condições climáticas do mundo inteiro.

Há muito tempo temos sido avisados pelos cientistas e por especialistas do clima sobre as mudanças climáticas no planeta e temos visto e sentido os sinais de que isso é verdade: geleiras derretendo e aumentando o volume de água nos oceanos, vulcões entrando em erupção, queimadas extremas no Canadá e no Havaí (EUA), ondas de calor também na Europa, além das recentes inundações e dos ciclones devastadores.

Clique nos links abaixo para saber mais sobre alguns efeitos das mudanças climáticas pelo mundo.

Incêndio no Havai

Pinguins morrendo com o degelo

Calor extremo nas capitais brasileiras

Desmatamento na Amazônia registrado em agosto deste ano/ Fotos: Christian Braga/ClimaInfo

O planeta Terra vem sendo exaurido, devastado, desequilibrado e desrespeitado pela ação humana irresponsável e inconsequente. O aquecimento global é, no momento, uma realidade inquestionável.

O fenômeno do aquecimento global tem sido verificado e constatado ao redor do mundo durante as últimas décadas, indicando um aumento progressivo das temperaturas médias de oceanos e da atmosfera terrestre. Ele é provocado, principalmente pelo efeito estufa.

Embora o efeito estufa seja natural, a sua intensificação, desde o início da industrialização no mundo, com a emissão de gases contendo principalmente carbono e metano, vieram agravando a situação e provocando o aumento gradativo da temperatura no planeta. E o que se constatou, há muito tempo, é que a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento são as principais fontes desses gases para a atmosfera.

A população mundial cresceu e com ela o aumento da industrialização para a produção de bens de consumo. O modelo de desenvolvimento social e econômico adotado pela ocupação humana do planeta está diretamente ligado à exploração dos seus recursos naturais – e agora, somos testemunhas, também do seu esgotamento.  

O calor vai aumentar. Precisamos rever nosso modo de vida e buscar o equilíbrio que vem da natureza. Rever os modos de produção e de consumo, que envolvem todas as questões ligadas a exploração sem consciência ambiental, evidenciadas pela destruição das reservas florestais para servir de pasto para a pecuária e para a monocultura do agronegócio. Além da má gestão dos resíduos sólidos, que geram impactos de grandes proporções na terra, nos oceanos e na atmosfera.

Selecionamos algumas matérias para que você entenda mais sobre o aquecimento global e suas consequências.

Clique nos Links:

Aquecimento global

Mundo 50 graus

Refugiados climáticos

Cúpula da Amazônia 2023

Cúpula da Amazônia: Belém 2023 – Foto: Reprodução G1

MUDANÇAS

Estamos diante de uma grande questão e ela pede uma resposta urgente, rápida e eficaz. A questão climática envolve diretamente um leque de questões: política climática, justiça climática, negacionismo climático, política ambiental, educação ambiental, proteção ambiental, desigualdade social, emissão de carbono, lixo zero, energia limpa, energia verde, mudanças de atitude e de comportamento, colaboração global… A grande pergunta para essas e para outras questões urgentes deve ser agora:

Como vamos salvar nosso planeta?

Em todo o mundo, pessoas e instituições estão voltadas, neste momento, para buscar e encontrar soluções que amenizem, atrasem ou transformem os efeitos trágicos dessa realidade impactada pelas mudanças climáticas. Está no somatório de forças e de iniciativas individuais e coletivas o caminho para as mudanças necessárias. O desenvolvimento econômico não pode mais fazer frente à evidência de que o desenvolvimento humano – que proteja e garanta o nosso futuro na Terra – tem que ser também social e ambiental. Conscientização, educação, comunicação, cooperação, igualdade, empatia e sensibilidade são conceitos e ferramentas fundamentais para abrir novos caminhos para a nossa vida no planeta.

O IPCC

Entre as ferramentas que temos para avançar na busca de soluções para a crise climática, a mais poderosa e eficaz é a Ciência. A pesquisa científica continua sendo uma “arma superpoderosa” na garantia de nossa ação e sobrevivência na Terra. O que nós temos feito com todas as descobertas e invenções decorrentes dessas pesquisas é que tem que ser repensado.

Especialmente para compreender as mudanças climáticas é que o  Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)  foi criado, em 1988, pela Organização Mundial de Meteorologia (WMO). Ele é um órgão científico ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) que analisa as informações científicas, técnicas e socioeconômicas mundiais, para compreender as mudanças climáticas e divulgar suas informações por meio de relatórios. O objetivo desses relatórios é oferecer aos governos mundiais todas as informações científicas necessárias e atualizadas para que possam desenvolver políticas climáticas cada vez mais eficientes.

Fonte: Imagem de Marek Piwnicki no Unsplash

“O Sexto Relatório (AR6) do IPCC, publicado em 2023, relata as consequências do aumento de gases do efeito estufa ao redor do mundo e destaca a urgência de tomarmos atitudes eficazes contra as mudanças climáticas. Ele também revela que, em alguns lugares, os impactos ambientais são tão graves que é impossível se adaptar a eles. Isso porque os impactos da crise climática estão mais severos do que se esperava. Assim, o relatório destaca a importância do fim do uso de combustíveis fósseis e implantação de medidas de adaptação”.

Clique nos links abaixo para saber mais sobre o IPCC e detalhes sobre seus relatórios.

Ecycle

Além da Energia

É preciso que agora, em 2023, essa emergência climática planetária seja entendida por todos os governos mundiais e que os acordos já discutidos e, pelo menos no papel, já firmados sejam rigorosamente cumpridos.

Clique nos links abaixo para saber sobre os mais importantes eventos mundiais sobre o clima:

Conferência Mundial do Clima COP27

Acordo de Paris 2023


 

AS BOAS INICIATIVAS

Selecionamos aqui uma lista de links para boas iniciativas que trazem esperança e boas expectativas em relação a mudanças verdadeiras, fortalecendo a nossa confiança de que é possível construir um bom futuro para o planeta e para todos nós.

Pacto global da ONU

O Pacto Global advoga Dez Princípios universais, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. As organizações que passam a fazer parte do Pacto Global comprometem-se a seguir esses princípios no dia a dia de suas operações.

 

Em relação ao meio ambiente, os compromissos desse pacto são:

> As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.

> Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.

> Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.

Saiba mais:

www.pactoglobal.org.br

projetocolabora.com.br


Relógio do Clima no Cristo Redentor (Rio de Janeiro)

O Relógio do Clima chegou ao Brasil neste sábado – 22 de julho, Dia da Emergência Climática – com a projeção no Cristo Redentor do tempo que resta a humanidade para manter o aumento médio da temperatura terrestre em níveis minimamente seguros para sua sobrevivência e do planeta.

Dia Nacional de Conscientização sobre mudanças climáticas

O Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, instituído pela Lei nº 12.533/2011, é comemorado em 16 de março e tem dentre seus principais objetivos a promoção de práticas sustentáveis capazes de reduzir o impacto dessas mudanças sobre a Terra.

Saiba mais:

Dia Nacional da Conscientizacao sobre as Mudancas Climaticas

www.cogic.fiocruz.br


PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES

5 maneiras de salvar o planeta, segundo cientistas da ONU

 

10 atitudes simples que podem salvar o planeta

… 

35 ideias básicas para salvar o planeta

Criador: lovelyday12 | Crédito: Getty Images/iStockphoto

Existe, ainda, uma solução simples e que é conhecida por todos. Infelizmente muita gente ainda não entendeu a importância, não apenas para melhorar o clima, mas para preservar o equilíbrio do planeta e, consequentemente, a nossa sobrevivência aqui:

PRESERVAR E PLANTAR ÁRVORES!

Veja o vídeo e, se puder, plante uma árvore!


Imagem: O Sol – Alberto Villas

“Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim, não custa inventar

Uma nova canção que venha nos trazer

Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender…”

VAMOS OUVIR BETO GUEDES!

Clique na imagem para ouvir


Ficha Técnica deste post

Coordenação: Departamento Socioambiental Vina – Cláudia Pires Lessa

Texto: Élida Murta

Design Gráfico: Lika Prates