A ESPERANÇA AINDA É VERDE!

29 de novembro de 2023

 

A ESPERANÇA AINDA É VERDE!

Em nosso último post, em setembro, apresentamos um quadro geral dramático sobre a crise climática que estamos vivenciando em Belo Horizonte, em Minas Gerais, em outras regiões do Brasil e em todo o planeta. Pois bem, outubro chegou e com ele a confirmação de que o aquecimento global é uma realidade e que seus efeitos sobre o meio ambiente e sobre nós só estão começando. A instabilidade climática pode ser sentida no aquecimento dos oceanos, na seca histórica na Amazônia, no fogo consumindo (de novo!) no Pantanal, nas chuvas e nas enchentes trágicas no sul do País. Outubro foi considerado o mês mais quente já registrado da história do Brasil e, acreditem, dos últimos 125 mil anos em nosso planeta!

(Saiba mais sobre essa informação clicando aqui

Em setembro, comentamos também sobre a importância de iniciativas e de atitudes positivas, individuais e coletivas, para buscar soluções que possam amenizar o aquecimento global ou nos levar a soluções que possam reverter – pelo menos a médio prazo – os efeitos nocivos desse conjunto de erros sistematicamente cometidos por nossa ação predatória sobre a natureza.

Queremos conhecer e, sempre que possível, divulgar aqui as pequenas e as grandes práticas positivas que são cultivadas, individual e coletivamente, a partir de uma tomada de consciência ambiental global: somos parte da natureza e precisamos buscar o equilíbrio entre nossas ações e os seus efeitos sobre as pessoas e a natureza. Nas pequenas e nas grandes iniciativas.

E não podemos perder a ESPERANÇA!

Por isso, neste post, vamos apresentar algumas dessas iniciativas.

 

INICIATIVAS LOCAIS

Vamos começar por Belo Horizonte!

Área de preservação de cerrado da Vina

Aqui na Vina, desde sempre, a preocupação com a educação socioambiental e com o respeito pela natureza está presente nas nossas ações, pautadas pela cooperação e pela valorização do nosso entorno. A região do Barreiro, que fica na Zona Oeste da RMBH, especialmente a região do entorno do seu Parque Industrial, do qual a Vina faz parte, conta com escolas, cooperativas, parques, ocupações e, desde a instalação da sua atual sede, a Vina procurou participar de maneira ativa das questões sociais, culturais e ambientais dessas comunidades. Somos uma empresa parceira da comunidade em que estamos inseridos. A prática da responsabilidade socioambiental da empresa inclui a manutenção de uma Área de Preservação do Cerrado (de 4.864m2), parcerias institucionais diversas, incluindo escolas e universidades, e ações de cooperação e de educação ambiental com sua equipe e com a comunidade em geral. As ações de educação ambiental da Vina são coordenadas pela bióloga Sabrina Soares, desde 2014.

Cesta agroecológica sorteada mensalmente para a equipe da Vina.

Cesta agroecológica

“A prática de comercialização por CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura é um movimento mundial organizado pela sociedade civil que apresenta uma prática de sucesso para um desenvolvimento agrário sustentável e o escoamento de produtos orgânicos e agroecológicos de forma direta ao consumidor, criando uma relação próxima entre quem produz e quem consome os produtos. […] Além disso, o modelo CSA contribui para a redução de desperdícios e promove a expansão da consciência socioambiental, gerando diversos outros benefícios”.

Uma das iniciativas atuais da empresa, realizada em parceria com a Ocupação Paulo Freire – que integra o Vale das Ocupações, na região do Barreiro -, é o sorteio mensal de uma cesta agroecológica para a equipe da Vina. Os produtos são fornecidos pela Horta Agroecológica Planta Vida, que é uma CSA, implantada na Ocupação Paulo Freire.

Saiba mais sobre essa iniciativa da Vina clicando aqui.

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A Horta Agroecológica Planta Vida nasceu da iniciativa da coordenadora do MLB (Movimento de Lutas dos Bairros, Vilas e Favelas) e líder comunitária da Ocupação Paulo Freire, Alexandra de Assis.

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LOCAL/ NACIONAL

Na edição de 5 de novembro, o programa Cidades e soluções, veiculado pela Globoplay, realizou uma matéria muito especial sobre ativismo mirim. No programa eles apresentam duas meninas, uma do Rio de Janeiro e outra de Belo Horizonte que já são exemplos locais, nacionais e mundiais de ativismo pelo meio ambiente. No Rio de Janeiro, Nina Gomes, de apenas 6 anos, segue o exemplo do pai, que é ambientalista, e recolhe, desde muito pequena, o lixo de plásticos deixados nas areias das praias e também dentro da água. Em Belo Horizonte, Julia Bonitese, com 10 anos, vem replantando árvores na Serra do Curral – que é um patrimônio natural da cidade e que vem sofrendo ameaças constantes das mineradoras. Seu exemplo já vem gerando bons frutos e muitas crianças têm participado desse debate. Ela realiza palestras e criou um espaço virtual chamado “Papo Natural” que abre espaço para o debate infantil sobre temas ligados ao meio ambiente.

As duas meninas têm consciência da importância de proteger a natureza para garantir o futuro do planeta. Segundo a jornalista e pedagoga Carolina Sanches, também entrevistada no programa, o ativismo mirim é fundamental para o “letramento de futuros” das crianças de hoje. Ela acredita na importância de “reflorestar o imaginário das crianças com histórias esperançosas e bonitas, pois elas precisam fazer parte da construção desse futuro. E isso tem que ser feito agora”!

CLIQUE NA IMAGEM PARA VER O VÍDEO


LOCAL / INTERNACIONAL

Nos dias 5, 6 e 7 de novembro a rede internacional Women in Informal Employment Globalizing and Organizing (WIEGO) realizou, em Belo Horizonte, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, um encontro para apresentar o relatório sobre o mapeamento exploratório que realizou, de 2022 a 2023, em colaboração com o Instituto Urbano da Universidade de Sheffield (Inglaterra), sobre mudanças climáticas com catadoras e catadores de materiais recicláveis no Brasil. O objetivo principal desse mapeamento foi o de entender as perspectivas das catadoras e catadores sobre as mudanças climáticas, avaliando os impactos sobre suas rotinas de trabalho, sobre a saúde e as estratégias de enfrentamento diário e de adaptação às condições impostas pelo clima.

Além de ampliar o diálogo com as instituições públicas e privadas e com a sociedade civil, a WIEGO demonstrou, durante o encontro, por coerência e convicção, como é possível colaborar, individual e coletivamente, para diminuir os impactos das nossas ações sobre a natureza. Segundo uma de suas integrantes e organizadora local do evento, a socióloga Sônia Maria Dias, a realização desse encontro resultou nas seguintes ações locais: as milhas aéreas referentes ao transporte dos convidados nacionais e internacionais foram usadas para compensar a pegada de carbono; nada de papel ou de plástico foi utilizado durante os 3 dias do evento; e, ao final, com o apoio da PBH, foram plantadas 302 árvores em Belo Horizonte!

Acesse aqui a Nota política da WIEGO n.° 29 referente ao mapeamento sobre os Impactos das mudanças climáticas e estratégias de adaptação: Experiências de catadoras e catadores de materiais recicláveis do Brasil.

A WIEGO é parceira e integra a Rede Socioambiental da Vina, que também deu suporte à realização desse evento em Belo Horizonte. Conheça mais sobre as ações da Rede Socioambiental da Vina clicando aqui.

Exposição e reflexão

Além do evento, a WIEGO também abriu uma exposição que propõe mais uma reflexão sobre a relação entre a ação das catadoras e dos catadores e os impactos das mudanças climáticas no mundo.

De 7 de novembro de 2023 a 24 de fevereiro de 2024

Curadoria: Verônica Alkmim França e Sônia Maria Dias.

Local: Memorial Vale – Praça da Liberdade, 640 – Savassi

Entrada gratuita

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INICIATIVA REGIONAL

Foto: Prefeitura de Brumadinho

12 mil árvores serão plantadas em Brumadinho (MG)

Todos nós sabemos que a região de Brumadinho (MG) sofreu muito com os impactos ambientais e humanitários do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da VALE, ocorrido em janeiro de 2019. Depois dessa tragédia, a notícia de que 12 mil árvores serão plantadas nessa região, próximas às nascentes em Piedade do Paraopeba (MG) é mais do que bem-vinda.

O projeto Corredor Ecológico, que vai realizar esse plantio, também irá promover o cercamento de nascentes na região de Piedade do Paraopeba, que passarão a ser áreas de preservação permanente.

O reflorestamento garantirá a melhora da qualidade do solo e da água desses terrenos. Conforme o coordenador do projeto, Lucas Lara, o objetivo é restituir a essa região as condições de um ambiente natural num estado próximo ao seu original, restabelecendo suas características de maneira mais rápida e equilibrada. 

Essa ação é uma parceria entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Plataforma Sementes, a ONG Carcará e a Prefeitura de Brumadinho.


INICIATIVA NACIONAL

 

 

A JUVENTUDE INDÍGENA DO RIO NEGRO SE MOBILIZA

Juventude indígena do Rio Negro discutiu justiça climática e racismo ambiental em oficina. Fotos: Yasmim Samores Melgueiro Baré/Acervo pessoal

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A Região Amazônica do Rio Negro está enfrentando a sua pior seca. Os impactos e as consequências dessa estiagem severa estão diretamente relacionados à atual crise climática e são consequência direta do brutal desmatamento que toda a região vem sofrendo há anos. Não se trata mais de diminuir o desmatamento, mas, sim, de parar imediatamente com esse processo criminoso, que afeta o clima do Brasil e de todo o planeta.

Diante desse quadro dramático, a juventude indígena do Rio Negro vem se organizando em encontros para discutir o tema da emergência climática e levando esse debate para as assembleias indígenas de base.

“Agora, é o momento da juventude indígena da Amazônia se preparar para ter voz ativa na Conferência do Clima da ONU em Belém, em 2025, tendo consciência do que significam conceitos como emergência climática, justiça climática e racismo ambiental”, afirmou Juliana Radler, especialista em Jornalismo Ambiental que já cobriu como repórter 10 Conferências do Clima (COP).

Para acompanhar essa luta justa da juventude e dos povos originários, clique aqui.


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INICIATIVAS INTERNACIONAIS

O Quênia decretou feriado nacional para estimular o plantio de 100 milhões de árvores contra as mudanças climáticas.

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O Quênia, país da África Subsaariana, decretou um feriado nacional para encorajar o plantio de 100 milhões de árvores para combater as mudanças climáticas. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Soipan Tuya, esse feriado permitirá que “todos os quenianos possam participar da iniciativa”.

Com uma população de cerca de 50 milhões de pessoas, cada queniano está sendo incentivado a plantar pelo menos duas mudas para atingir a meta proposta. O objetivo do governo queniano é de promover o plantio de 15 bilhões de árvores nos próximos em 10 anos.

Saiba mais sobre esse ótimo exemplo clicando aqui

Derretimento de geleiras na região do Monte Everest e da cadeia de montanhas do Himalaia, no Nepal. O secretário-geral da ONU, António Guterres, visitou a área em 30 de outubro de 2023 para saber mais sobre o impacto da crise climática no Himalaia. Foto: © Foto da ONU/Narendra Shrestha.


  

A COP 28

De 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, com a presença de líderes de mais de 190 países, incluindo o Papa Francisco e o Presidente Lula, acontecerá a 28ª COP – Conferência das Partes, em que serão discutidas estratégias de combate ao aquecimento global. A Conferência será realizado em Dubai, nos Emirados Árabes.

A COP, sigla para Conferência das Partes (do inglês, Conference of the Parties), é um evento anual promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne representantes de todo o mundo, entre eles, diplomatas, governos e membros da sociedade civil, com o objetivo de discutir e organizar as iniciativas sobre os impactos das mudanças climáticas.

O evento tem como objetivo revisar os posicionamentos e as ações de cada país, além de revisitar o inventário de emissões. Tendo como base as informações apresentadas, há uma tentativa de avaliação das melhorias alcançadas e das novas medidas a serem implementadas como estratégias de enfrentamento mundial. 

Alguns outros temas têm grande relevância nas discussões, como a regulação do mercado global de carbono e a transição para a economia de baixo carbono, a agricultura sustentável e o reflorestamento. A COP abre também espaço para discussões importantes sobre diversidade, como projetos para a igualdade de gênero e pelo fim do racismo ambiental. 

Saiba mais sobre a COP28 aqui.


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Notícias importantes ligadas à realização da COP28

América Latina busca fechar proposta comum para ser apresentada na Conferência em Dubai.

Clique aqui Para conhecer essa proposta.

Alunos de escola pública de São Carlos (SP) vão apresentar projeto de combate ao aquecimento global na COP28 em Dubai

Clique aqui para conhecer o projeto.


NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

Foto: www.otempo.com.br

1ª Virada Climática de BH > ONG Movimento Nossa BH > 24 e 25 de novembro

A ONG Movimento Nossa BH se mobiliza, junto com outros coletivos, para realizar a 1ª Virada Climática na capital. Na sexta-feira (24/11) e no sábado (25/11), o evento terá bate-papos, discussões de filmes e atividades ao ar livre, com o intuito de ampliar as conversas sobre mudanças climáticas.

O Movimento vê nessa ação uma possibilidade de mudar a consciência, ampliar discussões e mobilizar a participação pública, principalmente às vésperas da 28ª COP.

Saiba mais sobre a Programação da Virada Climática aqui.

Saiba mais sobre o Movimento Nossa BH clicando aqui.

China e Estados Unidos criarão um grupo de trabalho para estabelecer uma cooperação climática, anunciaram os dois países no último dia 15 de novembro, a poucas semanas do início da reunião da ONU sobre o clima (COP28).

Os dois países se comprometeram a “iniciar imediatamente uma cooperação técnica” sobre a redução das emissões de metano, das quais a China é o principal emissor mundial. Vamos ver no que isso vai dar…

Saiba mais sobre esse compromisso aqui.

Foto: Miriam Campolina

Novembro chegou e, com ele, um calorão acima de 42 graus – que afetou muitas cidades brasileiras de diversas maneiras: muita chuva e destruição no Sul, muito calor no Centro-Oeste e seca recorde na Amazônia. Certamente a temperatura elevada vai bater todos os recordes de calor registrados em outubro. Diante desse cenário, as questões ligadas à necessidade de se estabelecer um plano climático mundial tornam-se ainda mais necessárias e urgentes. Continuamos a nos perguntar:

O que podemos fazer agora para salvar o planeta?

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“Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas

mais que a dos mísseis.

Tenho em mim

esse atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância

de ser feliz por isso.

Meu quintal

É maior do que o mundo”.

Manoel de Barros

(O Apanhador de Desperdícios)


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Ficha Técnica deste post

Coordenação: Departamento Socioambiental Vina – Cláudia Pires Lessa

Texto: Élida Murta (Trema Textos)
Fotos: Acervo Vina

Design Gráfico: Lika Prates