15 de abril de 2014
O automóvel foi criado no final do século XIX, mas tornou-se parte do cotidiano das pessoas a partir da década de 1940. Antigamente, a quantidade de carros nas ruas não era um problema e a preocupação com trânsito e engarrafamento ainda não existia. O carro foi uma grande evolução do homem e, na sua essência, nasceu para facilitar e diminuir o tempo com os nossos deslocamentos.Essa já não é mais a situação que vivemos hoje. Para se ter uma ideia do crescimento da quantidade de veículos no mundo atualmente, um estudo realizado pela Agência Internacional de Energia mostra que, no começo dos anos 2000, existiam apenas quatro carros para cada grupo de mil pessoas. Em apenas 10 anos, esse número se multiplicou por 10, saltando para 40 veículos a cada mil habitantes em 2010.
As cidades têm cada vez mais carros. Somos estimulados diariamente pela mídia, que ressalta as vantagens do uso do automóvel e promove o carro como símbolo de status na sociedade. Além disso, a indústria automobilística fomenta esse consumo com inúmeras facilidades de preço e condições de pagamento.
Resultado: um trânsito cada vez mais intenso e caótico, causado por milhares de pessoas comprando carros e fazendo deles o seu meio de transporte preferencial e insubstituível.
Em São Paulo, os motoristas perdem cerca de 2 horas e 40 minutos diários no trânsito. É um teste de paciência que poucos tiram de letra e com bom humor: as pessoas estão cada vez mais desumanas no trânsito – e é difícil fugir dessa realidade. Muitas vezes, uma discussão mais acalorada entre condutores termina em violência. Por que isso acontece?
Na maioria das vezes, o motivo é o mesmo: falta de educação e mau comportamento nas vias. Motoristas que fecham cruzamentos, que jogam farol alto no carro da frente porque ele está devagar, que aceleram tão logo o semáforo abre, forçando a barra para o pedestre atravessar correndo.O problema é que, uma vez dentro de seus carros, muitos motoristas não se encaram como iguais. O trânsito é um ambiente em que as pessoas não somente demonstram sua irritação com um congestionamento, mas também se aproveitam (inconscientemente) para descarregar suas frustrações.
Mudar o comportamento no trânsito depende de três passos. Primeiro, o motorista precisa reconhecer sua atitude ao volante e se dispor a tornar-se um cidadão melhor; depois, precisa perceber seus sentimentos agressivos na direção; e, por último, modificar essas emoções ao dirigir.
Fonte: Revista Bem Simples, edição 0105
Os malefícios causados pelo uso excessivo de automóveis são inúmeros e evidentes: poluição atmosférica e sonora, doenças respiratórias, irritabilidade, perda de tempo em congestionamentos, acidentes, etc.
Além disso, os trajetos de carro desgastam a relação dos indivíduos com o espaço público, transformando a rua em um indesejável obstáculo a ser superado em um simples deslocamento de um ponto a outro – que poderia ser realizado de bicicleta ou a pé, talvez em menos tempo.
Isso significa, também, um uso desproporcional e egoísta das vias públicas, já que a imensa maioria dos carros leva apenas uma pessoa – o que é ainda mais grave em áreas densamente povoadas.
Carona Fácil – para viajar
O Carona Fácil é um aplicativo feito para que pessoas que não gostam de viajar sozinhas possam compartilhar roteiros. Ele oferece uma maneira rápida e simples para publicar uma oferta ou pedido de carona e coloca pessoas com roteiros em comum em contato.
Caronetas – para uso individual ou de empresas
Site de caronas inteligentes que facilita a vida de quem quer dar ou receber uma carona. Para participar, basta fazer um cadastro, individual ou da empresa em que trabalha. A partir daí, os interessados registram seus trajetos e horários e o site se encarrega de mostrar, aos que têm carro, quais são os colegas que percorrem o mesmo caminho para que possam oferecer uma carona.
Projeto Piloto de Mobilidade Corporativa
O Banco Mundial iniciou um projeto piloto em São Paulo e na Cidade do México com o objetivo de incentivar empresas a promover ações que estimulem seus funcionários a utilizar meios alternativos de transporte. Esse piloto tem a possibilidade de se converter num modelo de mobilidade corporativa para as cidades. Se for bem-sucedido, o projeto poderá ser replicado em outras áreas, causando, gradualmente, um impacto significativo no trânsito urbano.
Dia Mundial Sem Carro
No dia 22 de setembro, em cidades do mundo todo, são realizadas atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, o que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro. O objetivo principal é estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro. A ideia é que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que há vida além do para-brisa.