16 de maio de 2013
A profissão de gari surgiu no Rio de Janeiro, quando um empresário chamado Aleixo Gary, que era francês, assinou contrato com o o governo imperial para organizar o serviço de limpeza das ruas e praias da cidade.
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Os garis são os profissionais que trabalham exclusivamente com lixo, assegurando a limpeza da via pública, limpando e recolhendo todo o tipo de lixo gerado pela sociedade. Há três tipos de gari: o coletor, que recolhe o lixo das residências, indústrias e edifícios comerciais e residenciais; o varredor, que trabalha varrendo ruas, praças e parques; e o capinador, que capina a grama, lava e desinfeta as vias públicas.
Por ser um serviço de utilidade social e saúde pública, o mercado de trabalho para o gari é amplo. O setor público é o que mais oferece oportunidades de trabalho, já que as grandes cidades demandam muita mão de obra para recolher o lixo. Já no setor privado, os profissionais de limpeza também podem ser contratados para prestar serviços de varrição e coleta de lixo. Nesse caso, os profissionais são responsáveis principalmente pela limpeza de descarte comercial.
Garis varredores |
O trabalho realizado pelos garis é de grande importância dentro da sociedade, pois são eles que impedem o acúmulo de lixo nas ruas e nos bueiros, diminuindo a possibilidade de enchentes e a proliferação de bichos e doenças. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do ano de 2000, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no Brasil são produzidas 228.413 toneladas de lixo por dia, e dos 5.507 municípios brasileiros, 5.475 possuem serviço de limpeza urbana, mas apenas 451 têm coleta seletiva e 352 possuem sistema de reciclagem.
A separação do lixo também é muito importante, tanto para a cidade, quanto para os profissionais que trabalham com reciclagem. A coleta seletiva e o reaproveitamento de materiais recicláveis facilitam o trabalho dos garis, deixando a cidade mais limpa e poupando a natureza. Além disso, nós também podemos fazer a nossa parte, jogando sempre o lixo no lixo e não nas ruas ou em qualquer lugar público. Além de estarmos contribuindo com o trabalho dos garis, também estaremos preservando os lugares que nós mesmos utilizamos.
Garis coletores |
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu o uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis, sem nome”. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da “invisibilidade pública”, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada pela divisão social do trabalho, em que se enxerga somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:
“Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”.