21 de julho de 2020
O coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Recebeu esse nome porque a sua imagem (suas características) se assemelha a uma coroa (corona, em espanhol). A primeira vez que esse agente infeccioso foi identificado em humanos e isolado foi em 1937. Porém, só foi descrito como ‘coronavírus’ em 1965, quando a análise de perfil na microscopia revelou sua aparência. O que está agindo agora é um novo tipo do vírus, descoberto em 31 de dezembro de 2019, que foi nomeado tecnicamente de Covid-19. Por também ter a aparência de coroa, ele tem sido chamado de “novo coronavírus”. E é ele que vem causando uma pandemia que tem desafiado os sistemas de saúde do mundo inteiro. Os primeiros casos desse agente foram registrados em Wuhan, na China, e, desde então, tem provocado milhares de mortes, espalhando medo, tristeza, perplexidade e exigido a atenção e a ação dos governos e das autoridades de saúde em todo o mundo. A humanidade se viu, de repente, diante de uma nova e difícil realidade.
O combate à Covid-19 provocou perplexidade e mudou a rotina das pessoas em todo o planeta. O mundo inteiro se viu afetado pela pandemia do novo coronavírus e cada país ou região reagiu e agiu de formas diversas. O distanciamento social pôs em cheque as relações pessoais, sociais e econômicas, afetando a ordem mundial e exigindo que todos se posicionassem. Os governos tiveram que tomar medidas imediatas na condução das novas necessidades emergentes. Os cientistas e pesquisadores deram início, em todo o mundo, a uma jornada inédita e colaborativa pela busca de tratamentos eficazes e vacinas. As pessoas informadas e conscientes atenderam à convocação do “fique em casa”, as empresas alteraram suas rotinas e, com exceção dos serviços considerados essenciais (como hospitais, farmácias, supermercados, padarias, transporte urbano, coleta de resíduos…), passaram a trabalhar com suas equipes em sistema de home office (ou seja, teletrabalho). Porém, nenhum outro setor social foi tão afetado e alterado quanto os dos sistemas de saúde, públicos e privados. Postos de saúde, UPAS, clínicas e hospitais vêm enfrentando um cenário de permanente emergência e tendo o colapso dos serviços como uma ameaça diária… O cenário caótico em que se procura salvar vidas e encontrar soluções urgentes também se apresenta como fator de desequilíbrio econômico, afetando todos os setores da economia e gerando desemprego e crise social. A situação do Brasil é ainda mais caótica e difícil, pois somos o único país do mundo que enfrenta a pandemia sem um Ministério da Saúde organizado, sem investimentos seguros e eficazes para proteger a população e sem lideranças que garantam um movimento nacional unificado em favor da segurança do país e da vida. A consequência disso é que somos, no momento, o segundo país do mundo em número de pessoas infectadas e em óbitos.
A pandemia alcançou Belo Horizonte na segunda quinzena de março. Tão logo isso aconteceu, a Diretoria da VINA, consciente da gravidade do que se anunciava para o enfrentamento da Covid-19 no Brasil, resolveu agir de forma rápida para ajustar a rotina da empresa à realidade do momento. Toda a equipe da sede da empresa e também das suas outras 13 unidades foi sendo informada e preparada para lidar com a nova rotina que, todos ainda pensavam, seria passageira. Assim, foram reorganizados os horários de trabalho e os procedimentos de higiene e os cuidados individuais e coletivos (uso de máscaras e do álcool em gel, manter a distância recomendada, não compartilhar materiais e equipamentos de trabalho). A rotina da equipe da sede, em Belo Horizonte, também foi bastante alterada: além dos cuidados de proteção individual, foi estabelecido um transporte solidário para ir e voltar ao trabalho, com revezamento de caronas, evitando-se o uso do transporte público coletivo; o uso do refeitório foi reorganizado em novos horários e distanciamentos, e pias com pedais para lavar as mãos e usar o álcool em gel foram instaladas pela empresa; e todos que podiam realizar suas funções a distância, passaram a trabalhar em casa.
Ao mesmo tempo, um esforço de informação e conscientização vem sendo realizado por meio de comunicados semanais e cartazetes sobre o tema, sempre levando conhecimento, esclarecimentos, leveza e reflexão sobre a corresponsabilidade de cada um nesta pandemia.
Até o momento, a nova rotina da Vina tem sido trabalhada sem problemas e na equipe da sede ainda não foi registrado nenhum caso de Covid-19.
Paralelamente ao cotidiano interno, a empresa também não deixou de se preocupar com as dificuldades emergenciais enfrentadas pela comunidade do entorno e por sua REDE de parceiros de projetos socioambientais. As demandas foram surgindo e a equipe da Vina imediatamente se organizou para dar seu apoio da melhor forma possível e sempre contando com sua REDE SOCIOAMBIENTAL que, inclusive, neste momento se expandiu… Assim, desde o início da pandemia, a empresa vem contribuindo com a doação de alimentos e de materiais de higiene e limpeza para o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB, que organizou uma central na Ocupação Eliana Silva, localizada na região do Barreiro, Zona Oeste de Belo Horizonte, para a montagem e distribuição de cestas básicas e de higiene à população carente da região. E para confirmar que o espírito positivo da rede de cooperação que a Vina estabelece em suas ações é forte, vale destacar um momento bastante simbólico que envolveu a empresa e o MLB. Ao tomar conhecimento de que integrantes da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de Belo Horizonte – Coopemar, que também integra a REDE de parcerias da Vina, estavam passando por dificuldades durante a pandemia, o MLB enviou 34 cestas básicas para as catadoras da cooperativa. A Vina garantiu o transporte dessas cestas, que foram recebidas com gratidão e alegria pelas catadoras.
Por falar na COOPEMAR, outra iniciativa realizada pela Vina durante a pandemia foi justamente a de promover a reforma da Van que garante o transporte diário das catadoras. A partir de uma solicitação feita à Vina, no mês de maio, para que um dos mecânicos da empresa avaliasse um problema nos freios do veículo, contatou-se a condição precária do veículo como um todo. Assim, o Departamento Socioambiental, com o apoio de Pierre Carlos Costa, gerente de Manutenção da Vina, acionou a sua rede de fornecedores e conseguiu sensibilizá-los a participar dessa ação, doando e/ou oferecendo descontos significativos, que permitiram viabilizar a reforma completa da Van, assim como colocar em dia toda a documentação do veículo. Com essa ação solidária, que barateou significativamente a reforma da Van, a Vina envolveu novos parceiros e ampliou a sua REDE SOCIOAMBIENTAL. E a Coopemar tem agora um veículo seguro para garantir o transporte de suas catadoras.
Num cenário de incertezas como o que estamos vivendo, o desemprego e a fome também aumentam e ficam ainda piores para a população de rua. Por isso, a Vina entrou em contato com a Pastoral de Rua – Arquidiocese de BH para saber que tipo de suporte eles estavam precisando para as ações que vinham desenvolvendo na pandemia. Segundo a equipe da Pastoral, a demanda maior era a de conseguir alimentos para os lanches oferecidos à população de rua. Com a demanda identificada, o Departamento Socioambiental acionou a sua REDE e fez contato com a sua grande parceira a padaria Pão&Companhia, convidando-a a participar dessa ação. A Pão&Cia, como sempre, atendeu ao convite e, desde de abril, passou a fornecer lanches para a população de rua da Região Central de Belo Horizonte. Durante todo período de isolamento social, a Pão&Cia irá doar todos os alimentos que não forem vendidos às segundas-feiras na sua loja do bairro Anchieta. A Vina, nessa ação, ficou responsável pelo transporte dos alimentos doados até o local de recolhimento e distribuição, no centro da cidade. Nessa mesma ação, a Vina doou 1.500 marmitex para as refeições que também são distribuídas diariamente à população de rua da região central de BH.
O Departamento Socioambiental da VINA vem, também, atendendo a outras demandas emergenciais da sua REDE Socioambiental, na tentativa de amenizar a dura realidade, que esta pandemia acentuou ainda mais, das comunidades e das pessoas mais vulneráveis da nossa sociedade tão desigual.
Quase cinco meses se passaram e o número de pessoas infectadas e de mortes devido à Covid-19 continua aumentando. Vidas e famílias inteiras devastadas por uma triste realidade, que está longe de ser definitivamente alterada. Não podemos deixar de registrar isso, mas também é preciso considerar e reconhecer as lições que a vivência dessa pandemia tem trazido para todos nós.
A natureza tem reagido bem à incontestável diminuição da poluição do ar e das águas. E têm sido diversas, surpreendentes e emocionantes as formas que a humanidade tem encontrado para traduzir a sua sensibilidade, sua força, sua coragem e a sua resiliência diante de tantos desafios e, principalmente, a sua esperança coletiva de ver surgir um mundo mais consciente e solidário a partir de toda essa dor que estamos experimentando agora.
Janelas viraram cenários para uma nova convivência social e para manifestações culturais e políticas. As redes sociais tomaram um novo fôlego e, apesar de não estarem livres (ainda) das fake news e da ação criminosa de hackers, ganharam um novo sentido de aproximação e de vivências coletivas. Mais do que nunca, a educação e a cultura vêm demostrando a sua importância e a sua capacidade transformadora.
Reinventar, resgatar, sensibilizar são verbos que traduzem ações que têm conseguido, mesmo que estejamos em casa, mobilizar as pessoas em todo o mundo.
O Departamento Socioambiental da Vina, por exemplo, inovou em várias ações com o seu público interno: as aulas do curso Uso Diário da Língua Portuguesa foram interrompidas logo no seu início (em março), mas a turma de aluno(a)s continuou a estudar com a realização de atividades de leitura e escrita, encaminhadas semanalmente pelas instrutoras Élida Murta e Rachel Murta; as aulas de Lian Gong (prática corporal chinesa), oferecidas semanalmente na sede da Vina, passaram a ser gravadas em vídeo pelo instrutor Humberto Costa Leôncio e encaminhadas por e-mail para toda a equipe da empresa.
Merece destaque a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, que sempre foi comemorado na empresa: o Departamento Socioambiental criou um brinde especial para sensibilizar sua equipe interna e seus colaboradores, gerando um movimento de gentileza e de valorização do ato de plantar e colher. A bióloga Sabrina Soares promoveu uma consulta individual sobre qual planta cada pessoa gostaria de ganhar. Consulta feita, ela e a equipe do Departamento Socioambiental providenciaram as mudas que foram distribuídas, obedecendo as recomendações da Organização Mundial da Saúde – OMS com uma mensagem simbólica e verdadeira: Plante… e seja mais feliz!
As escolas estão fechadas na maior parte do mundo. Mas as aulas, onde foi possível, continuaram sendo trabalhadas a distância, por meio de videoconferências, de aplicativos de reuniões e também por redes públicas de televisão. Tem sido um ano letivo diferente e desafiador, tanto para os professores quanto para os estudantes. Mas o desejo de aprender e de ensinar é, muitas vezes, maior e mais determinado do que as dificuldades impostas pela pandemia.
Conheça, clicando aqui, um exemplo dado pela comunidade de Carnaubal (CE), que se uniu e criou um “delivery de aulas” para garantir que os estudantes não perdessem as aulas e nem o sonho de fazer as provas do ENEM.
Mas as grandes lições podem vir também de um estadista, comprometido neste momento com a saúde e a felicidade das crianças do seu país. Vale a pena conferir no vídeo acima as palavras sinceras de Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente de Portugal, que já foi professor um dia.
Artistas são porta-vozes da alma e da esperança. A música, o cinema, a literatura, as lives individuais e coletivas têm sido as melhores companhias durante o confinamento social que estamos vivenciando agora. Profissionais do universo da arte vêm enfrentando muitas dificuldades com o desemprego gerado pelo momento de pandemia, mas têm encontrado também muita solidariedade e reconhecimento para sobreviver, com esperança e sem medo.
E a arte também pode ser a melhor forma de traduzir a nossa gratidão e de homenagear todos os que estão partindo, no mundo inteiro, prematuramente, vitimadas pela Covid-19.
Conheça dois projetos que não vão deixar que a gente se esqueça das pessoas e de tudo o que estamos vivendo agora:
Inumeráveis é um memorial virtual dedicado à história de cada uma das vítimas do novo coronavírus no Brasil. Idealizado pelo artista Edson Pavoni e alimentado continuamente por jornalistas parceiros e voluntários, ele é “uma celebração de cada vida que existiu e que existe, e de como podemos entrelaça-las para construir memória, afeto, respeito e futuro”.
“Parece que o remédio milagroso não faz milagre. Acelera o risco de morte. Ela tinha 53 anos, morreu da cloroquina.”
A antropóloga e pesquisadora Débora Diniz criou um projeto em parceria com o artista gráfico Ramon Navarro: o perfil de Instagram Reliquia.rum
Relicários são pequenas lembranças do que se foi. Inspirados por essa ideia, Débora Diniz e Ramon Navarro buscam homenagear e tornar visíveis algumas das mulheres vítimas da Covid-19 no Brasil. Com a identificação por legendas e a intervenção gráfica do artista nas fotos eles pretendem que essas mulheres deixem de ser apenas números numa estatística e permaneçam na memória coletiva.
Mulheres da localidade de Curtume, no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais), criam e cantam versos para levar leveza e alegria a pessoas de todo o mundo.
O projeto Versinhos de Bem-Querer foi lançado em março para divulgar a cultura do Vale do Jequitinhonha e, ao mesmo tempo, ajudar as comunidades da região a enfrentar o impacto econômico da pandemia da Covid-19. Segundo Viviane Fortes, coordenadora do projeto Mulheres do Jequitinhonha, da ONG AJENAI, e uma das idealizadoras dos Versinhos do Bem-querer, eles pensaram em várias formas de gerar uma renda rápida para essas pessoas, que ficaram isoladas em suas casas, sem poder trabalhar. Aí, se lembraram dos versinhos – uma tradição da cultura local, passada de geração em geração – e tiveram a ideia de personalizá-los, atendendo a encomendas por WhatsApp. “As pessoas compram os versinhos para ajudar e acabam se surpreendendo com a riqueza que recebem. Elas se emocionam”.
O sucesso foi imediato e os Versinhos do Bem-querer já ganharam o mundo! Até o Chico Buarque já recebeu – e respondeu! – um versinho do projeto.
Coordenação: Departamento Socioambiental Vina – Cláudia Pires Lessa
Design Gráfico: Lika Prates
Redação e revisão: Élida Murta
Fotos: Banco de imagens Vina