A ARTE NA VINA

27 de março de 2024

A Vina é uma empresa comprometida com as práticas Socioambientais, desde a sua concepção. Daí o surgimento de um Departamento, exclusivamente para colocar em prática estas ações e contribuir com o meio ambiente e a sociedade. Seja através da educação, de práticas de reaproveitamento e reciclagem, de campanhas internas e nas suas Redes Sociais, ou mesmo por pequenos gestos simbólicos, buscando sensibilizar as pessoas para a corresponsabilidade socioambiental. Nesse contexto, se inclui a arte em seus diferentes contextos.


Vale a Pena Usar de Novo

Em junho de 2013, os artistas plásticos e designers Cristina Araújo, Leo Piló e Lucia Kubistchek, parceiros do Departamento Socioambiental da Vina, se reuniram no local da então Nova Sede para conhecer e avaliar melhor os espaços e para começarem a desenvolver ideias para a criação e produção do projeto de decoração dos seus ambientes externos e internos. Assim surgiu o projeto “Vale a Pena Usar de Novo”.

Desde o início do projeto da Sede já se considerava a possibilidade de reutilização das sucatas geradas na obra para ações de sensibilização. Em 2010, foi iniciada a separação das sucatas nobres geradas pelo canteiro de obra, com a intenção de reutilizar este material para diferentes fins na nova Sede. 

Como previsto inicialmente, as obras criadas pelos artistas plásticos serviram como objetos de decoração e reflexão para todos que circulam nos ambientes internos e externos da empresa. Com criatividade e competência foi possível realizar um trabalho inspirador com um resultado muito positivo. As obras e peças criadas pelos artistas deram um charme especial para os ambientes da sede, além de simbolizarem a filosofia socioambiental de todo o projeto, sensibilizando a equipe da Vina e todos que por lá passam (Saiba mais na página 96 do nosso E-book).

A equipe de artistas também foi responsável pela recuperação e restauração de móveis e objetos da empresa. Como também foram adquiridos móveis de segunda mão que serviriam como expositores de trabalhos e objetos, criados a partir de reutilização e reciclagem pelo Departamento Socioambiental. Cada departamento da empresa recebeu um objeto simbólico de reutilização criado pelos artistas.

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Cristina Araújo 

Cristina é designer de joias, artista plástica e vem realizando uma pesquisa de criação de adereços e acessórios com reutilização e reciclagem de resíduos. Cris, como é conhecida pela equipe da Vina, onde é parceira de longa data, está sempre presente nas ações do Dep. Socioambiental da empresa. Seja reciclando a Árvore de Natal simbólica feita de sucata e reinventada por ela a cada ano, seja no reaproveitamento de uniformes, câmeras de pneus, cápsulas de café, papeis de rascunho e todo tipo de sucata gerada pelas oficinas e escritórios… ela está sempre propondo, inventando e criando maneiras de nada se perder e tudo se transformar na natureza.

Cristina Araújo é graduada em Desenho Industrial pela Fundação Universidade Mineira de Arte (UEMG). Sua experiência profissional abrange as áreas de moda, joalheria e recuperação de resíduos. Desde 1992 é proprietária da marca GÖTZ Joias e Objetos.

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Leo Piló

Leo Piló é artista inquieto, criativo, simples, dinâmico e humano. Com toda a sua prática na criação de adereços do cotidiano, Leo Piló apresenta trabalhos inusitados, feitos de materiais não convencionais, treinando os novos olhares para novas possibilidades diferenciadas de construção a serem aplicadas na revisão de atitudes e método dos 3 erres: Redução, Reciclagem e Reutilização. Uma tentativa constante de novas oportunidades de revisar hábitos com sustentabilidade. Sempre compartilhando as técnicas desenvolvidas através do aprendizado, das produções e da vivência, o artista procura criar um elo entre arte e natureza, promovendo recursos de reutilização de resíduos urbanos e gerando novas possibilidades inseridas na realidade atual em termos de cultura, arte educação, recursos econômicos e outros benefícios.

O Lixo se tornou uma especialidade com o trabalho desenvolvido através da reciclagem e dos catadores com o artista Leo Piló que sempre tem como foco a busca de nova consciência ecológica e a pragmaticidade do seu trabalho na sociedade. Com grande admiração, agradeço ao artista Leo Piló por este valioso e sustentável trabalho que nos ensina cada vez mais a respeitar nosso planeta. (Lívia Kot)

Cristina Araújo, Leo Piló e Lucia Kubistchek durante a elaboração do Projeto Vale a Pena Usar de Novo na sede da Vina

Lucia Kubistchek

Lucia formou-se em Economia, Administração e Contabilidade pela Puc Minas e trabalhou com a temática assentamentos de guerra na Nicarágua e assentamentos de trabalhadores beneficiados com a Reforma Agrária no Nordeste do Brasil. Vivendo em Nova York entrou em contato com o mundo artístico do livro-objeto quando estagiou no CBA Center for Book Arts. 

De volta ao Brasil trabalhou com projetos sociais e culturais na prefeitura de Belo Horizonte, MG e especializou-se em Arte Educação pela UEMG em 2004. Participou de Cursos Livres de Oficina de Pintura e Desenhos Bordados, espaço de arte Juçara Costa e Oficina de Pintura a Óleo, Guignard Escola de Arte em 2011. Participou de várias Exposições, entre elas, algumas individuais, tais como: FALE/UFMG, Centro de Memória Letras, Livro Objetaria, 2023; Viaduto das Artes; Circuito Cultural Grande Hotel, Casa de Reza, Muriaé MG, 2016; CC Yves Alves, Impermanência, Tiradentes, 2015; CCUFSJ, Arqueologias da Memória, São João del Rei, 2014; Vallourec Mannesman, Páginas Revueltas, Páginas Infinitas, 2013.

Entre as Exposições coletivas estão: Projeto Coletivo “Metamorfose”, Curadoria Cris Canepa, SP, 2023; Coletiva Viaduto das Artes, 2016; VII FAN-Festival de Arte Negra, 2013; 9° Salão de Arte Contemporânea de Marília, SP, 2011; CBA, Book Works, NYC USA, 1998, entre outras.

Ministrou, também, Oficinas e participou de outras Atividades, tais como: Casa Freud, “Books to Eat” produção do evento internacional online, BH, BR, 2003/2005; Symposium “Collaboration & the Book Arts Bringing Things to a pretty pass,” NJ Book Arts  Symposium NJ, USA ,1999.


TedX São Carlos

Em 2006, inspirados na concretização do espaço físico do Departamento Socioambiental – que foi montado a partir de reutilização e geração de renda -, demos início à produção de brindes e materiais de divulgação de nossas ações também com o mesmo conceito. Esse material, a partir de então, simbolicamente, teria que traduzir a coerência de reutilizar e reaproveitar os descartes da empresa, gerar renda e provocar a reflexão sobre o consumo consciente.

Nosso objetivo com essa ação tem sido cumprido de forma positiva. Uma prova disso foi que os nossos brindes motivaram o convite feito ao Departamento Socioambiental da Vina para participar, em setembro de 2016, do TEDx São Carlos (SP).

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Para essa participação desenvolvemos um kit criado a partir da reutilização de sucatas geradas pela Vina. O kit foi composto de: sacola de lixo para carro (reaproveitamento de uniformes da empresa); marcador de livro (reutilização de cápsulas de café e fita de amarração); bloco de notas (reutilização de capas de disquete e folhas de rascunho); minibags (reaproveitamento de redes descartadas utilizadas no redário da Vina). Além disso, produzimos e distribuímos um Caderno de Ações Vina, impresso em papel reciclado, com uma capa que simbolizava o conceito de empresa-parque da Vina. A capa foi criada e produzida especialmente pelo artista plástico Eri Gomes.

Eri Gomes é mineiro, de Belo Horizonte, e integra a talentosa geração de artistas dos anos 1980, que deixou sua marca no cenário artístico nacional. Seus trabalhos já foram expostos no Brasil e no exterior. Além de artista premiado, é professor de artes e desenvolve trabalhos de gravura, xilogravura e cenografia para teatro e cinema.


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Projeto Cultura da Criança

Em 2012, a principal ação do trabalho conjunto Vina – UMEI (Unidade Municipal de Educação Infantil) foi o Projeto Cultura da Criança, com a criação e coordenação do artista e educador Adelsin, experiente na temática do universo da infância, que pesquisa e resgata brincadeiras e canções antigas por todo o Brasil.

Uma das preocupações da equipe UMEI tem sido amenizar a transição do ensino infantil para o ensino fundamental, quando as crianças mudam de escola. Por isso, o foco principal desse projeto é a sensibilização e o despertar dos educadores da UMEI e da região para a riqueza e a importância do universo cultural da infância: valorização dos movimentos naturais da criança nos territórios da escola e da comunidade para que o processo de mudança de escola não seja tão radical. 

Em busca do fortalecimento da autoestima e do desenvolvimento integral das crianças e das famílias, festivais mensais e oficinas de brinquedos construídos com material reutilizável também foram incluídos nesse projeto.

 

Adelsin é educador, aprendiz de crianças, brincante, reciclador de brinquedos e de idéias em favor da criança e da natureza. Observador permanente, Adelsin tem no universo das crianças o seu foco principal de pesquisa e de atuação. Autor de várias publicações voltadas para o educador e o aluno – como a série “Cuidar bem” e “Barangandão Arco-Iris”.


 

O Cerrado veio para o Muro

Em 2011, quando o muro da empresa foi construído, trabalhamos em conjunto com a comunidade, via escola Unidade Municipal de Ensino Infantil – UMEI Águas Claras, para incorporar o grafite como um meio de envolver crianças e adolescentes nesta ação e fortalecer os laços com o entorno da Vina. De maneira contrária à função do muro, que cria barreiras, a ação do grafite tornou-se um elo, uma integração da empresa com a comunidade. Estabeleceu-se, então, uma parceria que se ampliou com o passar do tempo e que se manteve ativa até hoje.  (Saiba mais na pág 217 do nosso E-book). 

Em 2023, este muro precisou ser revitalizado e, mais uma vez, a comunidade foi chamada para participar. Uma ação que envolveu escola, artistas e a comunidade para pensarmos juntos uma nova “cara” para este espaço, este elo. Além de gerar renda ao grupo responsável.

O tema do projeto foi “O Cerrado veio para o Muro”, uma inspiração concebida pelo grafiteiro Leandro Hisne, que se encantou com a área de preservação urbana de cerrado da empresa, com quase 5 mil me que vem sendo preservada desde 2007. Um trabalho, em parceria com uma equipe composta por alunas(os) da Escola Municipal Presidente Itamar Franco e por grafiteiros e grafiteiras profissionais (turma amiga do Leandro). Esta moçada teve a oportunidade, através da arte, de adquirir conhecimentos sobre o cerrado, técnicas de pintura, texturas e cores.

Leandro Hisne é grafiteiro ilustrador, inciou o estudo da arte graffiti nos anos 1999/2000, desde então vem explorando suas vertentes como pintura de murais, telas e ilustrações digitais. Participou de festivais importantes de graffiti no senário nacional, tais como: MEETING OF STYLES (encontro internacional de graffiti, Porto alegre, 2014 e 20169), RECFUSION (encontro internacional de graffiti, Recife, 2015), STREET OF STYLES (encontro internacional de graffiti, Curitiba, 2015 e 2016), BIENAL DE GRAFFITI (Memorial América Latina, São Paulo, 2018), entre outros.

VEJA PORTFÓLIO

*Uma referência especial à Sônia Rocha que participou, como produtora, de todos os projetos citados neste post.

 

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Ficha Técnica deste post

Coordenação: Departamento Socioambiental Vina – Cláudia Pires Lessa

Texto: Cláudia Pires Lessa
Fotos: Banco de Imagens Vina

Design Gráfico: Lika Prates