23 de maio de 2014
Conversa boa mobiliza pessoas, agita ideias e aponta possibilidades para ações cada vez mais coletivas
Diante da pergunta colocada – O que podemos fazer para melhorar a condição de mobilidade na cidade? – um grupo de 20 pessoas atendeu ao convite da Vina para comentar, avaliar e discutir questões e iniciativas que estão na ordem do dia em Belo Horizonte e em todas as cidades que enfrentam as dificuldades e buscam soluções para a mobilidade urbana.
O que aconteceu, na verdade, não foi um debate, foi um encontro de pessoas e de movimentos afins em que cada um falou da sua experiência individual ou coletiva e que só não continuou noite adentro porque não era dia de casa aberta no Reciclo 2.
Conforme foi planejado, já que queríamos que mais pessoas pudessem participar, conseguimos – graças à boa vontade, disposição e simpatia do Thiago Souza – transmitir em tempo real a nossa conversa pelo site do BH em Ciclo.
Clique nas fotos para ampliar.
Aqui neste post, queremos agradecer e registrar as presenças – todas ilustres – e compartilhar os pontos principais abordados por cada participante. Éramos 20 pessoas reunidas em torno de uma mesa para falar sobre andar a pé nas nossas precárias calçadas, andar de bicicleta, de moto, de ônibus, de carro, de MOVE, enfim, sobre as várias formas de transitar por uma cidade como Belo Horizonte, na qual a mobilidade é há muito tempo uma questão pra lá de complexa e delicada.
Renato Malta, diretor da Vina, fez a abertura do encontro, apresentando a empresa e a proposta do Departamento Socioambiental. Com ele, e representando toda a equipe da Vina, participaram também – e contribuíram muito com suas experiências -, os seguintes profissionais: Aldair Rodrigues (moto frentista); Diego Luís Pereira (usuário de ônibus); Elson Matoso (usuário de carro); Evandro Silva de Souza (que circula a pé); Flávio da Silva Oliveira (que usa a bicicleta como meio de transporte diário) e Keyty Andrade (estagiária do Departamento Socioambiental e usuária de ônibus e metrô). Juliana Foini (responsável pelo blog vinavina e pelo registro fotográfico do encontro) apresentou o blog e a proposta desta série de postagens sobre mobilidade urbana, que motivou a organização daquela reunião. Eu, Élida Murta, ativista do Movimento Fica Ficus e colaboradora permanente dos projetos socioambientais da Vina, participei como mediadora do encontro.
Equipe Vina – clique nas fotos para ampliar.
Pedimos a todos os convidados que se apresentassem e que falassem de suas experiências e propostas. Assim, deram sua valiosa contribuição: Marcelo Cintra – especialista no assunto mobilidade urbana; Carlos Campos, representando o movimento Bike Anjo; Guilherme Tampieri, representando a BH em Ciclo – Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte; Vanessa Duarte, representando o Nossa BH – Movimento social por uma cidade mais justa, democrática e sustentável; e Marina Costa Val, representando o movimento Tarifa Zero, que vem defendendo a redução das tarifas e a qualidade no transporte público. Participaram também: Mayra Milena (Tarifa Zero), Poliana Figueiredo e Vinícius Mundim (BH em Ciclo), Renata Aiala (Bike Anjo e BH em Ciclo), Tays Canji (Tarifa Zero), Gláucia Barros (Nossa BH e Avina) e Jean Legroux, pesquisador francês e doutorando em Mobilidade Urbana.
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Vários problemas foram colocados na mesa, mas num ponto todos concordavam: as cidades existem em função do automóvel. E, diante da caótica realidade atual, é preciso mudar urgentemente a relação da cidade com o carro. Entre inúmeras urgências e providências apontadas, destacamos: reduzir o número de carros circulando na cidade; promover e apoiar o desenvolvimento de políticas públicas que favoreçam outros meios de circulação individual e coletiva; promover de forma crescente a bicicleta como meio de transporte urbano; buscar soluções viáveis e eficazes para o transporte público (ônibus e metrô), apoiar e participar dos movimentos sociais que, questionando governos e empresas, buscam soluções justas e democráticas para os problemas de mobilidade enfrentados por todos. Como bem disse Marcelo Cintra, não podemos mais ficar esperando uma “vontade política” para a solução dos problemas de mobilidade. A vontade tem que ser coletiva, tem que partir de nossa ação e mobilização o encaminhamento de problemas e soluções.
É preciso pensar a cidade como um todo, é preciso aproveitar as boas ideias que vêm dando resultados positivos e garantir, pela vontade coletiva ampla, que as decisões políticas e as leis orçamentárias garantam o compromisso com as transformações necessárias.
Participantes do debate. |
Assim, a partir desse encontro, que para todos nós foi muito proveitoso, queremos dar sequência a essa conversa. Queremos acompanhar os avanços que, neste exato momento, colocam em cheque – com greves e mobilizações de várias naturezas – a condução política e econômica dos problemas brasileiros de mobilidade nas cidades.
Para você, que não pôde acompanhar o nosso encontro mas que está interessado em participar com suas ideias e boas práticas, aí estão os links para conferir, na íntegra, tudo o que compartilhamos na tarde do dia 14 de maio. As fotos podem ser vistas aqui.
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