Mexa-se

8 de maio de 2014



Mobilidade urbana:
O grande desafio das cidades

“A entrada do Brasil no processo geral de produção de espaço orientado pela indústria automobilística foi iniciado em 1955, com o Plano de Metas de Kubitschek, mas apenas no final da década de 1970 e início de 1980 é que se perceberá de forma mais ampla o agravamento das disfunções do sistema urbano nacional. A política de apoio à indústria automobilística afetou negativamente a circulação e os transportes coletivos nas grandes cidades brasileiras. A expansão dos transportes rodoviários e o abandono do transporte ferroviário contribuíram diretamente para a grande mudança na configuração espacial do País, acelerando a migração campo-cidade e reforçando a primazia da Região Sudeste e de São Paulo, como pólos econômicos nacionais. Mas um “contraprocesso” inicia-se em meados de 1960 entre os que prezam as cidades: o denominado Movimento pela Reforma Urbana. Foram muitas disputas políticas nas décadas de 1960 e 1970, e as conquistas e avanços começam a acontecer na Constituição Federal de 1988, em vários Planos Diretores desenvolvidos na década de 1990 – o de Belo Horizonte, aprovado em 1996, tem forte inspiração nas bandeiras desse Movimento – e no Estatuto das Cidades, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Essa mudança no quadro legal consegue apontar para um planejamento urbano que busque intervir tanto na localização da moradia (origens das viagens) quanto na localização das atividades de produção e consumo (os destinos), mas não foi suficiente.

É através da política de uso e ocupação do solo que as mudanças se materializam para os destinos se aproximarem das origens e a ocupação urbana ocorrer de forma mais densa (densidade habitacional e densidade de empregos) caminhando na garantia das funções sociais da cidade.”

[Texto extraído da tese “O PRÓXIMO E O DISTANTE: a mobilidade urbana da cidade e de seus pedaços”, em desenvolvimento no Programa de Geografia da UFMG]

Para quem está acompanhando os nossos últimos posts e para todos que se interessam pelas questões da mobilidade urbana no mundo atual, a leitura na íntegra do texto extraído da tese de Marcelo Cintra do Amaral é obrigatória. Marcelo é Coordenador do Plano de Mobilidade de Belo Horizonte na BHTRANS – Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte. 

Leia o texto aqui e acompanhe as nossas reflexões e debates sobre esse tema tão urgente e que atinge a todos que vivem nas cidades, sem distinção de cor, gênero, grau de instrução, condição social ou localização. A cidade é uma só.

Esse é o nosso desafio atual! 

Quem preza a cidade e quer pensar mobilidade, deve, antes de tudo, pensar a cidade!

 (Marcelo Cintra do Amaral)

E pensando na cidade…

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